Apesar de uma grande concentração de missões de exploração de Marte, os outros planetas do Sistema Solar não foram esquecidos. A pensar em Vénus, a NASA, ESA e a empresa neozelandesa Rocket Lab estão a preparar missões para os próximos anos. No caso da NASA, há uma missão específica de exploração da superfície do planeta através de um balão robótico, cujo protótipo tem sido testado com sucesso no deserto de Black Rock, em Nevada, nos Estados Unidos.

Trata-se de um modelo de menor escala que aquele que a agência espacial norte-americana quer enviar para Vénus, tendo completado dois voos de teste com sucesso. O principal problema com que os engenheiros têm de se preocupar é com as condições extremas do planeta, como a pressão intensa, o calor e os gases corrosivos da superfície de Vénus podem corroer qualquer veículo espacial, numa questão de horas. A solução passa por uma exploração aérea, em que a atmosfera densa é mais convidativa à exploração robótica, explica a divisão de investigação da NASA, Jet Propulsion Laboratory, no seu blog.

Veja na galeria imagens do balão:

Um dos conceitos é emparelhar o balão com um Venus Orbiter, trabalhando juntos para estudar o planeta. A sonda poderia ficar bem mais distante da atmosfera, realizando as medições científicas, ao mesmo tempo que serve de canal de comunicação, e por outro lado o balão robótico, ou Aerobot, como a NASA lhe chama, com cerca de 12 metros de diâmetro.

Estes conceitos foram testados com um protótipo do balão que tem cerca de um terço do tamanho previsto. O balão foi colocado a cerca de 1 km de altitude, para uma região da atmosfera terrestre com uma temperatura e densidade próxima daquela que o robot vai encontrar a cerca de 55 km por cima de Vénus. Os testes provaram que o Aerobot pode aceder a uma região da atmosfera de Vénus que é demasiado baixa para o alcance dos Orbiters, mas que o balão poderá operar por semanas, ou mesmo por meses, refere a NASA.

Até agora, apenas dois balões chegaram a Vénus, em 1985, com tamanhos de 3,6 metros de diâmetro, como parte da missão soviética Veja 1 e Veja 2. Estes foram enchidos com hélio e duraram cerca de 46 horas na atmosfera do planeta, até os seus instrumentos ficarem sem bateria. Estes serviram de base a novas experimentações e aquilo que se poderia esperar de uma plataforma com maior autonomia.

O objetivo da NASA é o Aerobot consiga viajar pelos ventos venusianos, flutuando de Este para Oeste, fazendo a circum-navegação do planeta em 100 dias. Este poderá servir como plataforma para diversas investigações científicas, desde a monitorização da atmosfera para registar tremores na superfície, à análise da composição química das nuvens.