A New Horizons está na periferia do sistema solar, muito mais longe do que Plutão, mas pretende juntar-se ao telescópio espacial Hubble e olhar para trás para observar os planetas Urano e Neptuno. Nessa altura também vai precisar de uma ajuda extra da comunidade amadora de astrónomos.
A sonda da NASA está atualmente no Cinturão de Kuiper, a mais de oito mil milhões de quilómetros da Terra. É a partir dessa perspetiva única que, no próximo mês de setembro, irá apontar a sua câmara colorida e olhar para trás em direção a Urano e Neptuno.
As imagens únicas obtidas “por trás” dos dois gigantes gasosos - em vez da visão habitual a partir da Terra - fornecerão novas informações sobre as atmosferas e o equilíbrio energético dos planetas, refere a equipa.
Mais especificamente, as observações vão ajudar a encontrar novos detalhes sobre as próprias atmosferas dos planetas e sobre como o calor é transferido dos seus núcleos para as atmosferas profundas que envolvem esses núcleos.
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“Ao combinar as informações que a New Horizons recolhe no espaço com os dados dos telescópios na Terra, podemos complementar e até melhorar os nossos modelos para desvendar os mistérios que rondam as atmosferas de Urano e Neptuno”, refere Alan Stern, principal investigador da New Horizons, citado num comunicado.
“Mesmo com telescópios de astrónomos amadores tão pequenos, como de 16 polegadas, estas observações complementares podem ser extremamente importantes”, acrescenta o cientista.
Com a New Horizons e o Hubble focados nos detalhes das atmosferas dos planetas e na transferência de calor dos seus núcleos rochosos através dos seus exteriores gasosos, o objetivo é que os observadores na Terra possam analisar a distribuição de pontos brilhantes em Urano ou caracterizar quaisquer pontos brilhantes invulgares em Neptuno.
A equipa considera igualmente que os astrónomos amadores têm maior possibilidade de monitorizar tais caraterísticas nos gigantes gasosos durante mais tempo do que qualquer uma das naves espaciais.
Após a campanha, os observadores podem publicar as suas imagens nas redes sociais X ou Facebook usando a hashtag #NHIceGiants. A equipa da New Horizons verá e recolherá as imagens - e informação adicional partilhada - a partir dessa hashtag de identificação.
Os interessados em participar podem encontrar mais informação sobre a campanha - incluindo gráficos de localização e tabelas de observação - no website da New Horizons.
A New Horizons foi lançada a 19 de janeiro de 2006, iniciando a sua odisseia até Plutão - numa estreia das missões espaciais que visaram o planeta . Também foi a primeira missão a explorar a recentemente descoberta “terceira zona” do Sistema Solar, a região além dos planetas gigantes chamada Cinturão de Kuiper.
O sobrevoo de Plutão, a 14 de julho de 2015, foi considerado um sucesso retumbante, com a sonda a enviar dados que resultaram em novos insights profundos sobre o planeta e as suas luas e que vão continuar a ser analisados por muitos anos.
Numa primeira extensão da missão, a New Horizons continuou a sua viagem de exploração com o sobrevoo próximo de um objeto do Cinturão de Kuiper chamado 2014 MU69 - oficialmente denominado Arrokoth, no dia 1 de janeiro de 2019.
Agora numa segunda fase, a sonda aproveita a posição distante e perspetiva diferenciada para obter dados de outro modo inatingíveis.
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