A confirmação oficial foi dada pela agência espacial da China, e apesar de existirem muitas organizações a acompanhar o percurso não há ainda imagens que mostrem os minutos finais do foguetão que criou preocupação nos últimos dias.
“De acordo com o percurso e análise, pelas 10:24 (03:34 em Lisboa) de 09 de maio de 2021, o primeiro andar do foguetão Longa Marcha 5B reentrou na atmosfera”, declarou o Gabinete de Engenharia Espacial Tripulada chinês, em comunicado.
As coordenadas fornecidas pelas autoridades chinesas apontam para um local próximo das ilhas Maldivas, no oceano Índico, a sul da Índia.
Uma parte do foguetão estava em queda descontrolada depois de, a 29 de abril, ter ajudado a colocar mais uma peça na estação espacial que a China está a contruir. O acompanhamento da reentrada de uma parte do foguetão foi feito por várias autoridades e tinha sido apontada para próximo da Península Arábica.
O tamanho do objeto, de cerca de 30 metros e entre 17 e 21 toneladas, e a velocidade a que viajava, perto de 28 mil quilómetros por hora, levaram à ativação das mais importantes agências de monitorização espacial do mundo, como o Pentágono ou o Serviço de Vigilância e Acompanhamento Espacial da UE (EUSST).
Na sexta-feira, Pequim tinha classificado como “extremamente fraco” o risco de danos na superfície terrestre devido à entrada descontrolada na atmosfera do foguetão.
Na semana passada, a China lançou, recorrendo ao foguetão Longa Marcha 5B, o módulo Tianhe, ou Harmonia Celestial, para a primeira estação espacial permanente, que visa hospedar astronautas a longo prazo.
“A probabilidade de causar danos às atividades aéreas ou no solo é extremamente fraca”, disse à imprensa um porta-voz da diplomacia chinesa, Wang Wenbin.
“Devido à composição técnica deste foguete, a maioria dos componentes será incinerado e destruído ao entrarem na atmosfera”, acrescentou.
Ainda assim as dúvidas entre a comunidade científica existiam, com vários astrónomos a considerar a decisão da China de não controlar a reentrada de partes do foguetão como uma irresponsabilidade.
Chegou a temer-se a queda em zonas habitadas, e Portugal era um dos locais na lista de risco para o impacto esperado para a madrugada de domingo. O acompanhamento da queda levou à procura intensa de informação, como reportaram vários sites que partilharam informação nas últimas horas antes do impacto.
O lançamento da semana passada foi o primeiro de 11 missões necessárias para construir e abastecer a futura estação espacial chinesa e enviar uma tripulação de três pessoas até ao final do próximo ano.
Pelo menos 12 astronautas estão a treinar para viver na estação, incluindo veteranos de missões anteriores. A primeira missão tripulada, a Shenzhou-12, está prevista para junho.
Quando concluída, no final de 2022, a Estação Espacial Chinesa deverá pesar cerca de 66 toneladas, consideravelmente menor do que a Estação Espacial Internacional, que pesará cerca de 450 toneladas e para a qual o primeiro módulo foi lançado em 1998.
A Estação Espacial chinesa vai orbitar a cerca de 230 milhas acima da Terra (370km), um pouco abaixo da Estação Espacial Internacional, que é quatro vezes maior. Desde o ano passado e até final deste ano, estão previstas 11 missões para construir a plataforma.
Quem quiser também já pode visitar a Estação Espacial com a ajuda de realidade virtual.
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