A Synchron, rival da Neuralink de Elon Musk, está a desenvolver uma tecnologia de implantes cerebrais para ajudar pessoas com paralisia, ou outras condições, a recuperar capacidades perdidas. A empresa tem vindo a fazer testes com voluntários na Austrália que estão a usar o sistema para controlar dispositivos digitais, incluindo equipamentos da Apple como o iPhone ou iPad. 

Como relata o website Semafor, Rodney Gorham, um homem australiano que tem Esclerose Lateral Amiotrófica, é um dos primeiros voluntários a utilizar o sistema da Synchron para controlar um iPad, dando-lhe a possibilidade de comunicar utilizando os seus pensamentos.

De acordo com a Synchron, a tecnologia de implantes cerebrais foi desenvolvida para ser menos invasiva, não requerendo uma cirurgia ao cérebro para ser colocada.

Veja como funciona a tecnologia 

O implante Stentrode, composto por uma variedade de sensores, é posicionado no topo do cérebro, sendo lá colocado através de um vaso sanguíneo. O implante é depois controlado por meio de um dispositivo, chamado Synchron Switch, que é colocado no peito do paciente. 

A Synchron treinou o sistema para reconhecer os impulsos cerebrais associados à atividade de determinados dos nervos motores, traduzindo-os em ações específicas.

No caso de Rodney Gorham, o sistema reconhece quando pensa em mexer um dos seus pés, traduzindo esses sinais em toques no ecrã do iPad. Como afirma Tom Oxley, cofundador e CEO da Synchron, a empresa está entusiasmada em relação ao potencial da combinação da sua tecnologia com o iOS e aos produtos da Apple.

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Recorde-se que em julho do ano passado, a Synchron conseguiu a aprovação da reguladora norte-americana Food and Drug Administration (FDA) para fazer testes em humanos. Um ano depois, a empresa colocou o seu primeiro implante cerebral humano nos Estados Unidos.

Ainda em dezembro do ano passado, Philip O'Keefe, um australiano de 62 anos diagnosticado com esclerose lateral amiotrófica e com um implante da Synchron no cérebro, conseguiu publicar um tweet com o pensamento.

Já do lado da Neuralink, há mais de ano e meio que a empresa de Elon Musl não faz demonstrações sobre o avanço do seu implante cerebral. No entanto, a tecnológica pretende dar a conhecer mais sobre o que tem vindo a fazer numa apresentação marcada para o dia 30 de novembro.