Robot da NASA regista imagens de um pôr do Sol pouco comum em Marte

24 nov 2021 20:16

Este artigo tem mais de 2 anos

As condições atmosféricas de Marte favorecem a predomínio dos tons azuis quando o Sol se põe, mas nem sempre é assim. Esta exceção foi registada pelos instrumentos do rover Perseverance.

A NASA revelou uma nova imagem do pôr do Sol em Marte. A foto mostra uma luz brilhante, clara e intensa, entre as colinas rochosas do planeta vermelho ao cair do dia. Chamou a atenção dos cientistas porque, segundo a NASA, não é este o aspecto normal de um pôr-do-sol em Marte.

Como explica a agência, o pôr do Sol em Marte habitualmente destaca-se pela sua cor azul. “A poeira fina da atmosfera faz com que a luz azul a penetre de forma mais eficiente, do que as cores com comprimentos de onda mais longos”.

Não é isso que acontece nessa imagem. “Este pôr do sol é diferente: menos poeira na atmosfera traduziu-se numa cor mais neutra que o habitual”, explica a NASA, acrescentando também que a cor da imagem foi calibrada e os brancos equilibrados para remover os efeitos da câmara.

Esta imagem foi captada pelo rover Perseverance, que usou a sua Mastcam-Z para captar o momento. O mesmo instrumento foi usado recentemente para recolher as imagens que compõem a espectacular imagem panorâmica da região de South Seitah, na Cratera de Jezero.

A foto, que pode ver em alta definição e com todo o pormenor no site do Jet Propulsion Laboratory, é na verdade uma composição de 83 imagens, recolhidas no dia em que o rover completou o seu maior percurso de sempre até à data, percorrendo 175 metros.

Entretanto, a missão continua. Agora já com a confirmação de que o pequeno helicóptero Ingenuity consegue voar em condições mais adversas do que aquelas que tem enfrentado até aqui. O teste foi realizado em outubro e foi bem-sucedido. O rover continua a recolher mais e mais amostras para análise.

Uma das últimas descobertas do Perseverance foi uma rocha esverdeada que está a intrigar os cientistas. Chama-se olivina e, tal como o basalto, é muitas vezes encontrada em pedaços solidificados de lava ou magma na Terra.

Os cientistas da NASA estão a tentar encontrar uma correlação entre a olivina e os carbonatos, minerais que são normalmente formados quando o dióxido de carbono interage com a água líquida, mas para já não há uma “explicação oficial” para a existência da rocha em solo marciano.

"Outro pedaço de Marte para levar comigo. A minha última amostra é de uma rocha carregada do mineral esverdeado olivina, e há várias teorias entre a minha equipa científica de como foi lá parar. As hipóteses chovem! A ciência é demais", podia ler-se na conta da missão no Twitter no dia da descoberta.

A missão da NASA a Marte começou no dia 30 de junho do ano passado. A chegada ao planeta vermelho concretizou-se a 18 de fevereiro. Veja ou reveja nesta galeria de imagens alguns dos momentos mais marcantes da missão.