A missão estava definida mas não havia certezas de ser possível cumprir o lançamento do rover Zhurong a partir da sonda Tianwen-1 ainda esta madrugada, por isso os cientistas chineses estavam cautelosos com as previsões e tinham definido uma janela de missão que se estendia até 19 de maio.
A agência notíciosa Xinhua confirma porém que a missão foi bem sucedida, e que o rover já pousou na planície Utopia Planitia, “deixando uma pegada chinesa em Marte pela primeira vez”. Agora vai fazer algumas verificações do local, antes de partir à exploração do planeta vermelho.
A jornada do Tianwen-1 foi longa e depois de seis meses de viagem e 470 milhões de quilómetros percorridos chegou à órbita de Marte em fevereiro. Agora deu mais um passo histórico e depois de três meses a vigiar o planeta vermelho a partir da sua órbita, conseguiu aterrar o seu rover Zhurong na superfície marciana.
Enquanto isso, a NASA continua a sua missão com o rover Perseverance e o seu inseparável helicóptero Ingenuity, que acaba de completar o seu quinto voo com sucesso.
A fase mais complexa da missão e os "minutos de terror"
A aterragem no planeta é considerada a parte mais difícil da missão, daí ser apelidado de “7 minutos de terror” pelos cientistas da NASA, aclculando o tempo de entrada do rover na atmosfera de Marte até pousar no solo. A dificuldade está em conseguir “rasgar” a atmosfera a uma grande velocidade, mas depois ter a capacidade de reduzir para não embater no solo demasiado depressa.
Nunca outra agência, para além da NASA, conseguiu aterrar um veículo no planeta vermelho, e por isso a China tem um novo recorde para o seu palmarés.
O planeamento foi feito cuidadosamente, para que, de forma a conservar combustível, o lander utilize a atmosfera superior como travões naturais, chamado de “aerobraking”, uma técnica anteriormente utilizada em outras missões a Marte pela NASA, como o Mars Reconnaissance Orbiter. Mas como tem um rover no interior, o processo é mais complicado e delicado, até porque não existe nenhum oceano como na Terra para um “mergulho” mais seguro.
Segundo a Nature, o lander está protegido por um escudo de calor, fazendo disparar depois o seu paraquedas para abrandar a queda. Estima-se que entre na atmosfera a uma velocidade de 4 km/s, antes de disparar o seu paraquedas.
Já perto do solo, deverá ter usado o disparo dos motores para travar e flutuar pela superfície, guiado por um sistema de lasers (LiDAR) que assegurar com precisão o melhor lugar para a aterragem, evitando rochas e outros obstáculos.
O rover tem ainda um sensor de microndas para determinar com melhor eficácia a sua velocidade. Estes sensores são tecnologias inovadoras no controlo do lander ,diferente da técnica usada nas manobras da NASA.
Daqui a alguns dias, quando o “pó assentar”, o rover vai sair do interior do lander e começar a próxima etapa: a exploração do planeta durante, pelo menos, três meses ou até anos, se conseguir manter-se saudável. O veículo é composto por seis rodas e coberto por quatro painéis solares, parecendo uma "borboleta azul". Tem um peso de cerca de 240 quilos.
O local escolhido para a aterragem é a planície Utopia, no hemisfério norte de Marte, o mesmo sítio onde em 1976 aterrou o módulo Viking 2 da NASA. O local é considerado plano e vasto, coberto praticamente por material vulcânico modificado pelos congelamentos constantes, e que estudos afirmam mesmo que pode haver uma camada de permafrost debaixo da superfície. É referido que o local está a cerca de 200 quilómetros da cratera Jazero e até pode “avistar” o seu vizinho.
A NASA partilhou uma imagem com a localização das aterragens bem sucedidas em Marte.
A missão científica do rover chinês
O Zhurong tem seis instrumentos a bordo, onde se incluem duas câmaras para mapear o terreno, sensores de análise química do solo e rochas, assim como um radar com capacidade de penetrar no terreno para procurar sinais de água congelada debaixo da superfície. Tem ainda uma estação meteorológica e um detetor de campos magnéticos.
E este último é referido como o mais inovador em relação aos veículos da NASA, sendo uma novidade para a ciência pois é o primeiro magnetómetro enviado para Marte. E vai procurar responder a questões como o que aconteceu ao planeta no passado, e porque é tão desolador. E os especialistas dizem que a medição das propriedades magnéticas das rochas podem ser a resposta.
As duas câmaras estão colocadas no mastro do rover para captar imagens das rochas enquanto se encontra estacionário. As fotografias serão utilizadas para ajudar a planear os percursos do veículo. Já a câmara multiespectral vai detetar os minerais presentes nessas rochas.
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