Em fevereiro, a Solar Orbiter partiu à descoberta dos mistérios do sol, e desde então tem feito alguns registos fotográficos à medida que se aproxima do astro. Durante este domingo, dia 27 de dezembro, a sonda passou junto de Vénus, naquele que pretende ser o primeiro de uma série de passagens pelo planeta. Na sua maior aproximação, chegou a estar a 7.500 quilómetros, no topo das suas nuvens, avança a Space.com.
O Solar Orbiter, uma sonda lançada em parceria entre a NASA e a ESA, pretende cumprir uma missão de sete anos a estudar o sol. No entanto, a sua viagem não é linear, e para chegar à distância que os cientistas desejam da estrela, terá de fazer alguns desvios, sendo Vénus um deles.
Entre as descobertas que se esperam revolucionárias, está o facto de os cientistas tentarem perceber como funciona o campo magnético do Sol quando a Solar Orbiter conseguir espreitar os polos do astro. Os cientistas pensam que o campo magnético é responsável pela sua atividade, mas não sabem como é que funciona ao detalhe. “Achamos que tem a ver com um dínamo semelhante ao que existe no interior da Terra, mas não temos a certeza", defendeu Sami Solanki, investigador principal do PHI e Diretor do Instituto Max Planck de Investigação de Sistemas Solares em Göttingen, em julho, nas primeiras fotografias captadas pela sonda.
Recorde as primeiras imagens do sol captadas pelo Solar Orbiter
Mas já que a sonda está a passar perto de Vénus, os cientistas estão a aproveitar para fazer registos do planeta. “Estamos sempre à procura de oportunidades adicionais para fazer ciência, por isso estamos a registar as observações da aproximação a Vénus”, referiu Daniel Müller, cientista da ESA. No entanto, considerando que o Solar Orbiter foi desenhado para estudar o sol, o seu design impede-o de fazer um trabalho eficaz, porque é necessário manter sempre o escudo do calor a apontar para o astro e este não pode ser mudado. E por isso, os telescópios estão todos atrás desse escudo e apontados para o sol. Isso significa que não foi possível captar fotografias a partir da sonda do planeta.
Os dados foram registados pelo magnetómetro, rádio e instrumentos que medem as ondas de plasma, assim como sensores para detetar partículas de energia. Os cientistas consideram importante será compreender como Vénus interage com o vento solar que passa por si. Isto porque ao contrário da Terra, Vénus não tem um campo magnético de proteção, e por isso sente diretamente os efeitos do vento solar.
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