“Às 22h00 de 02 de dezembro (14h00, em Lisboa), após 19 horas a operar na superfície lunar, a Chang’e 5 concluiu com sucesso a recolha de amostras, que foram já embaladas e armazenadas, conforme planeado”, avançou o organismo, num comunicado difundido ‘online’. Se a missão for concluída com sucesso, será a primeira vez que cientistas obtêm novas amostras de rochas lunares desde que uma sonda soviética aterrou na Lua, na década de 1970.
As amostras foram recolhidas na superfície da Lua, com recurso a um braço robótico, e no subsolo, com uma broca que perfurou dois metros, para obter amostras variadas que podem datar de períodos muito diferentes.
Veja o vídeo partilhado pela agência
O material recolhido foi armazenado num recipiente lacrado a vácuo para “garantir que não é afetado por condições externas” durante o regresso à Terra, lê-se no comunicado. Espera-se que a Chang’e 5 volte à Terra nas próximas horas. A sonda deve pousar na região da Mongólia Interior, no norte da China, no final deste mês.
Esta terça-feira, a sonda pousou com sucesso na área ao norte de Mons Rümker, no Oceanus Procellarum, uma área não visitada até agora por astronautas ou missões espaciais não tripuladas.
Embora a principal tarefa seja recolher amostras, a sonda também está equipada para fotografar amplamente a área ao redor do local de pouso, mapear as condições abaixo da superfície, com um radar de penetração do solo, e analisar o solo lunar em busca de minerais.
Trata-se do mais recente empreendimento do programa espacial chinês, que enviou o seu primeiro astronauta ao espaço em 2003 e que tem uma nave a caminho de Marte. O programa visa, eventualmente, colocar um humano na Lua.
A Chang’e 5 foi lançada, em 24 de novembro, pelo foguete Longa Marcha-5, que já lançou, em 23 de julho, a primeira missão da China a Marte, a Tianwen-1, cuja chegada ao planeta vermelho está prevista para maio.
Esta sonda é a terceira enviada pela China que pousa com sucesso na Lua. A predecessora, Chang’e 4, foi a primeira sonda a pousar no lado da Lua não visível a partir da Terra.
O programa espacial da China avançou com mais cautela do que a corrida espacial EUA – União Soviética, da década de 1960, que ficou marcada por fatalidades e falhas de lançamento.
Em 2003, a China tornou-se o terceiro país a enviar um astronauta para o espaço, depois da União Soviética e dos Estados Unidos.
Juntamente com com o Japão e a Índia, a China também se juntou à corrida para explorar Marte. A sonda Tianwen 1 está a caminho do planeta vermelho carregando uma sonda e um ‘rover’ (veículo explorador), que vão procurar vestígios de água.
Os planos chineses preveem a construção de uma estação espacial permanente, depois de 2022, que possivelmente será servida por um avião espacial reutilizável.
O país asiático tem colaborado em diferentes projetos com a Agência Espacial Europeia, mas o intercâmbio com a agência norte-americana NASA é limitado pelas preocupações sobre a natureza opaca e estreitas ligações militares do programa chinês.
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