Nem mesmo os sucessivos cancelamentos, adiamentos e encerramentos devido ao COVID-19 ditam uma pausa temporária no lançamento de mais satélites da SpaceX. A empresa vai enviar mais uma remessa de 60 equipamentos para a constelação Starlink no próximo dia 14 de março. Os astrónomos do European Southern Observatory (ESO) já voltaram a alertar Elon Musk para as consequências do projeto e, embora afirme que não haverá impacto algum para a astronomia, o CEO acabou por marcar uma reunião com os investigadores.
O recém-publicado estudo do ESO revela que as constelações de satélites como a Starlink poderão interferir com os telescópios terrestres durante o amanhecer e o anoitecer, altura em que os equipamentos ainda estão a refletir a luz solar.
A questão é ainda mais problemática no caso de telescópios como o norte-americano Vera C. Rubin Observatory, os quais fazem a monitorização de áreas celestes mais extensas. O estudo demonstra que entre 30% a 50% das imagens captadas poderão ser “severamente afetadas” pelas constelações de satélites.
Numa entrevista ao website Business Insider, Andrew Williams, um dos investigadores do ESO, indica que o facto de a SpaceX ter marcado uma reunião após a publicação do estudo, poderá ser um sinal de que a empresa está empenhada em encontrar uma solução que seja mutuamente benéfica.
Recorde-se que a SpaceX planeia enviar 42.000 dispositivos para a órbita da Terra, tendo como objetivo criar uma rede de internet de alta velocidade que seja barata e acessível a todos no planeta. Não obstante, acomunidade científica começou a manifestar a sua preocupação com os “inconvenientes” que a constelação Starlink pode vir a causar logo após o lançamento dos primeiros satélites.
Apesar dos planos ambiciosos e do agrado sobretudo para quem vive em regiões do globo que ainda não têm cobertura de Internet, a constelação pode ter efeitos negativos nas leituras de instrumentos de alta precisão como o Extremely Large Telescope e a interferência rádio.
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