O SPHEREx (Spectro-Photometer for the History of the Universe, Epoch of Reionization and Ices Explorer) é o novo telescópio da NASA que se prepara para seguir rumo a uma missão ambiciosa.
Como detalhado por Nicky Fox, diretora adjunta do departamento de missões científicas da NASA, numa recente conferência de imprensa online, o SPHEREx vai “mapear toda a esfera celeste em 102 cores infravermelhas pela primeira vez na história da Humanidade” e “procurar pelos ingredientes da vida no nosso Universo”.
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Depois de ter sido construído nas instalações da BAE Systems, no Colorado, o SPHEREx foi transportado para a base da Força Espacial em Vandenberg, na Califórnia, onde decorrerá o lançamento. As equipas da missão estão agora a preparar o telescópio para a integração no Falcon 9, explica James Fanson, diretor de projeto do SPHEREx no Jet Propulsion Laboratory (JPL).
Além do novo telescópio, o foguetão da SpaceX também vai dar “boleia” à missão PUNCH (Polarimeter to Unify the Corona and Heliosphere), composta por 4 pequenos satélites concebidos para estudar o Sol.
Ao longo dos últimos anos, o SPHEREx passou por uma série de testes rigorosos, preparando-o para as condições extremas que encontrará durante o lançamento e ao longo da sua viagem espacial de dois anos. De acordo com o responsável, todos os trabalhos de integração e testes estão a decorrer sem problemas e dentro do cronograma previsto.
Quais são os objetivos do SPHEREx?
Nos primeiros instantes após o Big Bang, o Universo expandiu-se de uma maneira exponencial e extremamente rápida. O fenómeno da expansão cósmica, que terá acontecido há quase 14 mil milhões de anos, deixou marcas na forma como as galáxias estão distribuídas. Ao mapear a distribuição de mais de 450 milhões de galáxias, o SPHEREx vai ajudar os cientistas a ganhar um melhor entendimento deste fenómeno cósmico extremo, explica a NASA.
Em vez de analisar as diferentes galáxias individualmente, o telescópio vai medir todo o seu brilho combinado. Aqui incluem-se galáxias cujas dimensões são demasiado reduzidas, cujo brilho é demasiado ténue, ou aquelas que estão demasiado distantes para serem observadas por outros telescópios.
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Durante a sua missão, o SPHEREx vai também procurar “ingredientes” essenciais à criação da vida, como moléculas de água e dióxido de carbono, nas nuvens de gás e poeira espacial onde nascem estrelas e planetas.
Para conseguir ver a luz infravermelha, o telescópio recorre a uma técnica chamada espectrografia. Através dela é possível dividir a luz em comprimentos de onda individuais para medir a distância entre objetos cósmicos e descobrir mais sobre a sua composição.
O telescópio e os seus instrumentos de deteção precisam de operar a uma temperatura a rondar os -210 graus Celsius para evitar interferências nas observações. Para manter tudo à temperatura certa, o SPHEREx conta com um sistema de arrefecimento passivo. Os escudos de protões em formato de cone são um elemento-chave do sistema, permitindo proteger o telescópio do calor gerado pelo Sol e pela Terra.
Uma vez que o SPHEREx vai mapear a totalidade da esfera celeste, pontos de interesse científico detectados posteriormente pelos investigadores poderão ser estudados com mais detalhe através de outros telescópios espaciais como o Hubble ou o James Webb.
A análise científica dos dados recolhidos pelo novo telescópio será realizada por uma equipa de investigadores vindos de 10 instituições nos Estados Unidos, à qual se juntam cientistas de duas instituições na Coreia do Sul e uma em Taiwan. Os dados serão processados e arquivados pela equipa do IPAC (Infrared Processing and Analysis Center) do Instituto de Tecnologia da Califórnia (Caltech). Mais tarde, o dataset do SPHEREx estará disponível publicamente no arquivo da NASA/IPAC.
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