Esta quinta-feira, 6 de julho, a temperatura média da Terra bateu um novo recorde, segundo dados do Climate Reanalyzer da Universidade do Maine: 17,23 graus Celsius. À medida que os termómetros continuam a subir, países como os Estados Unidos estão a avaliar a tomada de medidas de mitigação e “bloquear” a radiação solar que atinge o nosso planeta é uma delas.
À primeira vista, a ideia pode parecer saída diretamente de um filme de ficção científica, mas, de acordo com um recente relatório publicado pela Casa Branca, a investigação sobre modificação da radiação solar, também conhecida como geoengenharia, é uma área onde os Estados Unidos têm interesse.
O relatório, pedido pelo Congresso dos Estados Unidos, defende que a modificação da radiação solar pode mitigar o impacto das alterações climáticas, ajudando a “refrescar” a Terra num prazo de alguns anos.
Note-se que a publicação do documento não significa que a administração Biden se está a preparar para tomar decisões específicas nesta área nem para implementar um programa de investigação acerca deste tipo de tecnologias, como indica a Casa Branca numa declaração que acompanha o relatório.
Além disso, o próprio relatório alerta que a implementação de qualquer programa de investigação nesta área deve ter em conta o impacto social e científico da modificação da radiação solar.
Ainda no início no ano, um estudo realizado por investigadores para o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) chegou à conclusão de que é necessário mais investigação e que a modificação da radiação solar não é ainda não se afirma como uma solução realista e pronta para ser implementada.
Entre as técnicas apontadas pelo relatório publicado pela Casa Branca inclui-se o aumento da quantidade de partículas que bloqueiam a radiação solar através da injecção estratosférica de aerossóis.
A injecção estratosférica de aerossóis é uma técnica que levanta alguma polémica, devido à quantidade de dióxido de carbono gerada, embora existam estudos que a defendam, como um que foi publicado em 2022 por investigadores da Universidade de Yale, nos Estados Unidos.
O estudo defende que esta técnica pode, em teoria, recongelar os pólos norte e sul da Terra. No plano teórico traçado pelos investigadores, com um orçamento de 11 mil milhões de dólares, 125 jatos libertariam periódicamente partículas de dióxido de enxofre na estratosfera a uma latitude de 60 graus nos hemisférios norte e sul. Através deste processo, as partículas libertadas avançaram depois, por meio dos ventos, para os pólos do planeta.
Citado pela Euronews, Wake Smith, principal autor do estudo, admite que existe alguma apreensão em relação a este plano, no entanto, o investigador defende que é nos pólos onde a relação risco-benefício mais valeria a pena.
Por outro lado, o investigador admite também que a injecção estratosférica de aerossóis “trata apenas um sintoma das alterações climáticas”, não o problema em si, acrescentando que a técnica não é um substituto para o processo de descarbonização.
Com o planeta a ficar cada vez mais quente, especialistas indicam que a situação pode ficar ainda mais complicada nos próximos meses com o regresso do El Niño. Os satélites da ESA estão já de “sentinela” para ajudar os cientistas a entender e prever as consequências do fenómeno.
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