A Amazon patenteou tecnologia que pode vir a tornar a Alexa numa espécie de enfermeira pessoal. Embora não tenha capacidade para dar injeções nem mudar pensos, a inteligência artificial da gigante norte-americana poderá ganhar valências médicas. Para isso, a empresa quer muni-la com um sistema de monitorização e análise, que é capaz de reconhecer se o utilizador está doente ou deprimido através da sua voz. Em adição, a assistente poderá também sugerir a compra de produtos que possam melhorar a condição do doente, via Amazon.
A patente, registada em 2017, descreve um sistema com capacidade para detetar condições físicas e emocionais anormais. Se o utilizador estiver com tosse ou dores de garganta, o sistema poderá identificar o problema de forma simples, ao comparar a sua voz com os registos de outros dias. No entanto, tal como sublinha a empresa, existem "condições emocionais, tais como a excitação e a tristeza" que podem ser notadas imediatamente. "Uma gargalhada ou choro [...] também têm potencial para associar o utilizador a uma condição física, ou emocional, anormal", pode ler-se no documento.
Uma vez identificada a condição, a vertente comercial do sistema trata de sugerir produtos associados a esse mesmo estado. Se o utilizador estiver com tosse, por exemplo, a Alexa pode recomendar a compra de uns rebuçados de mel e hortelã.
Não há certezas de que este sistema venha efetivamente a fazer parte da assistente virtual da Amazon. Há até alguns problemas de privacidade que podem decorrer da sua implementação, uma vez que os registos emocionais de um utilizador configuram dados sensíveis que podem dar azo a situações nefastas, se caírem nas mãos erradas.
Note que este sistema pode também cruzar dados com o histórico de pesquisa do utilizador, de forma a tirar elações mais acertadas acerca do estado do utilizador.
A complexidade da tecnologia ainda a coloca longe da implementação comercial, uma vez que o software teria de definir o tom base de cada utilizador para conseguir verificar oscilações de humor. A Amazon escreve que o sistema seria muito mais preciso se fosse adaptado às condições de cada utilizador, mas indica que uma versão padrão também será capaz de "diagnosticar" todos os utilizadores.
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