O Twitter comprou uma empresa chamada Vine e na semana passada o mundo viu os resultados da aquisição: foi lançada uma aplicação móvel para iOS que permite capturar vídeos de seis segundos, seguidos ou intercalados, e partilha-los no Twitter em formato loop.

Rapidamente a aplicação ganhou a atenção da imprensa especializada, dos utilizadores que passaram a produzir uma nova espécie de GIFs e até dos responsáveis pela App Store da Apple que elegeram a aplicação como uma "escolha dos editores".

O que provavelmente ninguém estava à espera é que no espaço de uma semana a Vine fosse a principal causa de uma vaga de pornografia no Twitter. Alguns utilizadores estão a aproveitar o processo criativo para reproduzir conteúdos para adultos na rede de microblogues. Uma pesquisa rápida pelas hashtags #nsfw, #porn e #sex ajudam a perceber a ideia.

O Twitter, e as outras redes sociais a bem dizer, sempre foram utilizadas para a partilha de conteúdos menos próprios. Mas o caso do Vine está a ser mais relevante. Em primeiro lugar porque é uma aplicação recente e não era expectável que atingisse tal grau de "maturação" de forma tão rápida.

[caption]TeK Vine Porno[/caption]
A seguir, um dos muitos vídeos pornográficos que foi partilhado na rede foi eleito como "escolha dos editores" do Twitter. Mesmo protegido com um filtro de NSFW que impede a reprodução imediata do clip, sendo necessário um toque no ecrã ao estilo de "consentimento", o vídeo esteve em destaque durante alguns minutos para milhares de utilizadores.

Depois porque existe um problema de ética e estratégia empresarial que tem a Apple no centro das atenções. Na semana passada a Apple retirou da loja de aplicações o software 500px por alegadamente possuir fotografias pornográficas que vão contra as regras da loja de aplicações da empresa de Cupertino.

Mas a Apple não pode simplesmente retirar a Vine da App Store. A aplicação é a mais recente aposta do Twitter numa área fora da rede social e foi lançada com o intuito de fortalecer em serviços e características a plataforma dos 140 caracteres - e o Twitter tem integração com o iOS.

Os próprios termos de utilização do Vine e do Twitter não impedem a partilha de cenas sexualmente explícitas, mas os da App Store sim. A Apple ainda não comentou a questão da pornografia na nova app do Twitter.

Nota de redação: foi corrigida uma gralha


Escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico