A versão técnica do Windows 10 que está atualmente disponível para experimentação está a ser um sucesso. Mais de 1,5 milhões de utilizadores descarregaram a versão de testes e 450 mil pessoas usam-na diariamente. A preview do Windows 10 é mesmo a versão não definitiva mais ativamente usada de todas as builds disponibilizadas até à data pela Microsoft, como confirmou a empresa num email enviado aos membros do Insider Program.



O barulho existe, o entusiasmo também e serão muitos os olhos que hoje vão querer seguir de perto o anúncio das novas funcionalidades do Windows 10 – para computadores e dispositivos móveis sobretudo.



Mas a Microsoft tem um problema para resolver: lidar com o sucesso do passado. Números da NetApplications mostram que o Windows 7 e o Windows XP são neste momento as versões mais usadas do sistema operativo da Microsoft. Com quotas de 56,26% e 18,26% respetivamente. Melhor: o suporte oficial do Windows XP já terminou e o Windows 7 ficou sem o suporte mainstream na semana passada.



Na terceira e quarta posições surgem o Windows 8.1 com 9,49% de quota e o Windows 8 com 4,03% - valores relativos a dezembro de 2014. Juntos totalizam pouco mais de 13,5% de quota, um valor “tímido” tendo em conta que esta nova calha de sistemas operativos iniciou-se em outubro de 2012.

[caption]Windows quotas[/caption]

O Windows 8 como sistema operativo foi um flop. Mostram-no os números e disse-o também o atual diretor executivo da Microsoft, Satya Nadella. A tecnológica conseguiu emendar muitos erros na versão 8.1, mas a curva de aprendizagem que exigiram aos utilizadores foi grande demais.



O Windows 10 é o “pedido” de desculpas oficial da gigante de Redmond. Mas é mais do que isso. É um sistema operativo que promete trazer de facto algumas novidades palpáveis à forma como os utilizadores se relacionam com a máquina.



Um novo browser, a assistente virtual Cortana, possibilidade de ter desktops virtuais, novamente o foco no ambiente de computador e não de dispositivo móvel, são algumas das novidades que hoje certamente serão reveladas. E mais se seguirão.



A expectativa também é grande pois além de precisar de um sistema operativo que faça esquecer os muito bem sucedidos XP e Windows 7, a Microsoft precisa de uma lufada de ar fresco nos dispositivos móveis. O Windows Phone tem crescido no número de aplicações e tem conquistado algum mercado ao nível das vendas de smartphones.



Mas a verdade é que olhando para o que o iOS e Android disponibilizam atualmente – mais de um milhão de aplicações – é difícil não ver o Windows Phone como a terceira opção. E ter uma presença forte no segmento mobile é importante pois atualmente o que conta são os dispositivos que estão ligados à Internet, não apenas os valores de determinado segmento de equipamentos.



O facto de o Windows 10 poder chegar a computadores, tablets, smartphones e até à Xbox One pode gerar aqui um grande interesse junto dos programadores que apenas precisarão de criar uma app para terem à sua mercê milhões de potenciais clientes.

O Windows 10 é de facto a grande aposta da Microsoft e pode ter um peso muito significativo no futuro da empresa no curto prazo. E tirando aquilo que já é sabido do sistema operativo – incluindo a opinião do TeK -, resta aguardar pelas 17 horas para conhecer os trunfos que Satya Nadella e companhia têm reservados na manga.





Escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico