
A D-Wave garante ter alcançado a tão desejada “supremacia quântica”, expressão que designa a capacidade de um computador quântico resolver problemas ou tarefas que supercomputadores “normais” não conseguiriam resolver em termos razoáveis.
A empresa canadiana assegura que o seu computador quântico, baseado nos chips quânticos que desenvolve, superou o desempenho de um dos supercomputadores clássicos mais potentes do mundo na resolução de cálculos de simulação complexos relacionados com a descoberta de materiais magnéticos.
Conseguiu fazer, em poucos minutos, uma simulação destes materiais que levaria quase um milhão de anos a fazer e exigiria mais energia do que a consumida num ano em todo o mundo, caso fosse feita num supercomputador clássico construído com clusters de GPU.
“É o Santo Graal da computação quântica. É o que todos aspiram e é a razão pela qual há tanta confusão em torno da supremacia quântica versus vantagem quântica versus utilidade quântica porque a supremacia - a verdadeira supremacia - ainda não foi alcançada ”, assegura Alan Barrett, CEO da D-Wave.
Em declarações à Business Insider, o responsável acrescenta que estes vários termos foram tentativas da indústria para criar metas mais fáceis de alcançar.
Ainda assim, a empresa não é a primeira a reclamar ter atingido a supremacia quântica. Em 2019, a Google assegurou o mesmo. Em 2023 voltou a fazê-lo. A D-Wave demarca-se dizendo que é a primeira a alcançar este feito com uma aplicação útil para problemas reais.
Depois do anúncio, as ações da D-Wave valorizaram 8%, num impacto que acabou por beneficiar outras empresas do sector, como a IonQ, cujas ações subiram mais de 16%, apurou também uma análise da Insider.
Na semana passada, o CEO da Nvidia fez declarações que desanimaram o mercado em relação à promessa da computação quântica, antecipando que faltavam pelo menos 20 anos para que a tecnologia se tornasse verdadeiramente útil. Depois das declarações de Jensen Huang, as ações das empresas nessa área caíram de forma generalizada.
A promessa da computação quântica é antiga, mas toda a investigação em torno da tecnologia que pode acelerar a velocidade dos cálculos computacionais muito para além do que os supercomputadores clássicos permitem tem sido difícil A dificuldade não está em provar o valor, mas em encontrar uma forma eficaz de eliminar erros e escalar para sistemas que possam de facto gerar impacto.
Quando isso acontecer, acredita-se que a tecnologia pode dar um forte impulso ao ritmo de descoberta de novos medicamentos, compostos químicos e quaisquer outros avanços que beneficiem de uma capacidade de cálculo muito mais rápida que aquela que é possível hoje.
A IBM é uma das empresas a investir há mais tempo nesta área. A Google é outra referência neste domínio. Amazon e Microsoft também estão na corrida e anunciaram recentemente novos chips quânticos.
Comentários