Um agrupamento composto por nove escolas na área de North Ayshire, na Escócia, revelou a utilização de reconhecimento facial para detetar os alunos que pagaram o seu almoço, a partir de hoje. É referido que a tecnologia torna todo o processo de acesso às refeições mais rápido, mas sobretudo seguro e higiénico para os alunos e funcionários, uma vez que dispensa o uso de dinheiro, cartões bancários ou mesmo identificação baseado em impressões digitais. Através do reconhecimento facial os alunos só têm de escolher a sua refeição, olhar para a câmara e continuar.
As escolas explicam na sua página de perguntas e respostas que a tecnologia é segura, sendo os dados biométricos dos alunos guardados de forma encriptada, mas depois apagada assim que saem da escola, através dos procedimentos do departamento Council Records Management. A escola explica ainda num panfleto como funciona o sistema para os pais dos alunos.
É ainda referido que para este sistema de pagamento será necessário que os pais permitiam o uso de reconhecimento facial, caso contrário podem optar pelos restantes métodos para pagar, neste caso um PIN. E mesmo que os alunos comecem a utilizar o sistema, caso mudem de ideias podem contactar a escola para retirar a permissão da recolha de dados biométricos de reconhecimento facial.
A empresa responsável pela tecnologia, a CRB Cunninghams, explicou ao The Financial Times que o reconhecimento facial diminui o tempo de espera em cinco segundos por aluno, em média. Pode não parecer muito, mas cada segundo conta quando a escola tem cerca de 25 minutos por período para servir quase mil alunos. E quando o programa-piloto começou em 2020 mais de 65 escolas aderiram ao teste da tecnologia. Já no caso do agrupamento da Escócia referido, a adesão ao sistema foi de 97%.
No entanto, os defensores da privacidade falaram ao jornal que o uso da tecnologia de reconhecimento facial para estas tarefas “banais” é um exagero, referindo que não é necessário tratar os alunos como se estivessem a fazer um registo de entrada num aeroporto, nas palavras de um representante da Big Brother Watch. Salienta ainda que o uso desta tecnologia está a dar azo a uma normalização do sistema de reconhecimento facial, muitas vezes criticado por ser utilizado sem consentimento explícito.
O uso de reconhecimento facial já foi criticado e banido em outras situações, tais como o uso para controlar a presença dos alunos nas salas de aula ou para aumentar o nível de segurança nas escolas. Na Suécia já houve mesmo multas a municípios que testaram estes sistemas.
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