O Senado dos EUA pode adotar esta semana um plano para acelerar a produção de semicondutores no país perante a escassez mundial. "Não vejo por que razão este projeto de lei não possa ser aprovado até ao fim de semana. É a minha intenção", afirmou na quarta-feira o líder dos democratas no Senado, Chuck Schumer. Esta legislação prevê nomeadamente 52 mil milhões de dólares (43 mil milhões de euros), ao longo de cinco anos, para incitar as empresas a produzir semicondutores nos EUA, bem como para desenvolver a investigação e desenvolvimento neste domínio.

Inclui também 1,5 mil milhões de dólares para o desenvolvimento do 5G, um dos principais focos de tensão entre a China e os EUA. Depois da sua adoção no Senado, o texto deve ainda ser sujeito a votação na Câmara dos Representantes antes de ser aprovado definitivamente.

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O projeto de lei tem o apoio de democratas e republicanos e pretende "dinamizar a inovação nos EUA e preservar a vantagem concorrencial do país não apenas nos próximos anos, mas nas futuras gerações", sublinhou Schumer. Na sua opinião, "trata-se de uma das coisas mais importantes feitas por esta câmara do Congresso desde há muito".

Sob o olhar dos senadores norte-americanos está a China, em guerra comercial com os EUA desde Donald Trump, um dos raros terrenos em que Joe Biden manteve a política do seu antecessor. Os EUA também acusam com frequência a China de espionagem industrial e de ameaçar a segurança nacional.

A escassez mundial de semicondutores, essencialmente fabricados na Ásia, afeta numerosas indústrias desde há meses, como a automóvel e a dos equipamentos de comunicação (telefones, computadores, boxes de internet). O governo de Joe Biden tem procurado estimular a produção nacional de uma gama de componentes industriais para reduzir a sua dependência dos fornecedores estrangeiros.