A falta dos semicondutores causada pela pandemia de COVID-19 está a causar transtornos à indústria tecnológica nos diversos sectores, dos computadores, smartphones, consolas, automóveis e qualquer outro equipamento dependente de componentes eletrónicos. Apesar de muitos especialistas preverem o começo do regresso à normalidade na segunda metade do ano, o CEO da Nokia afirmou que a “luta” pelos semicondutores vai arrastar-se até 2023, avança a Bloomberg.
Segundo as palavras de Pekka Lundmark, está a ser travado um combate pelo stock limitado do mercado que poderá continuar mais um ano ou dois, afirmando que a crise não vai terminar tão cedo. O líder da Nokia vê as suas contas complicarem-se no desenvolvimento do 5G, pois tal como a sua rival Ericsson, depende igualmente dos semicondutores nas redes de telecomunicações.
Ainda assim, Pekka Lundmark diz que as suas preocupações ainda estão no lado da gestão, de como tentar ultrapassar o problema nos próximos tempos, visto que, para já, o impacto nas operações da empresa ainda não é efetivamente material. “Temos de estar em contacto diário com os nossos fornecedores, a mostrar-lhes que somos importantes para eles”, referiu numa entrevista. No fundo, os gestores necessitam de gerir expetativas e relações fortes com os fornecedores, para que não falte stock.
Recentemente a United Microelectronics Corporation (UMC), considerada a quarta maior fabricante de semicondutores do mundo, anunciou o investimento na sua capacidade de produção. E este não se destina aos chips de nova geração, mas sim versões antigas e maturadas de chips de 28 nanómetros, avança a Ars Technica. A empresa espera assim resolver problemas, sobretudo na indústria automóvel, prometendo responder à falta de semicondutores à escala global, mas em troca, pede garantias financeiras aos seus clientes.
A UMC garante que consegue ter a capacidade de fabricar 20 mil bolachas por mês com a arquitetura de 28 nm, que diz ter sido menos afetada com a crise. Esse investimento de “emergência” fez disparar os gastos do capital da empresa para este ano em 53%, num valor de 2,3 mil milhões de dólares. No entanto, apenas avançou depois de garantir o compromisso dos seus principais clientes de pagarem depósitos em avanço. Assim, fechou também alguns negócios de venda por um preço fixo combinado.
A empresa garante que a decisão foi boa para todos, visto reforçar a sua posição financeira para agarrar uma oportunidade do mercado, e por outro lado, as fabricantes podem ter acesso a semicondutores de “emergência”, durante esta crise. A UMC não foi a única a anunciar o aumento de capacidade de produção. A TSMC também disse ter 100 mil milhões de dólares para investir ao longo de três anos. Também a Intel revelou 20 mil milhões para um programa de produção de chips.
Naquilo que parece ser uma ironia no meio da crise, é que as ferramentas necessárias para proceder à expansão da capacidade de fabrico dos semicondutores estão também com falta de stock. E por isso, apenas se prevê a produção em série da UMC no segundo trimestre de 2023. O que bate certo com as palavras do CEO da Nokia…
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