Em Portugal a Estratégia Nacional para a Inteligência Artificial está integrada no programa InCode.2030 e por isso mesmo fez parte dos temas abordados na conferência que hoje decorre em Lisboa e que está centrada nas iniciativas que pretendem melhorar as competências digitais.
“O ecossistema [da Inteligência Artificial] está ativo há décadas em Portugal”, explicou Alípio Jorge, da Universidade do Porto, detalhando que existem iniciativas na área da investigação, no ensino superior e nas empresas, há associações no terreno que trabalham com académicos e as empresas, há CoLabs e um ambiente de startups e incubadoras. O investigador sublinhou também o pioneirismo da Administração Pública nesta área, que tem sido referido nesta conferência e que tem já 19 projetos no terreno.
O investimento total não está quantificado, mas um cálculo partilhado pelo investigador aponta para os 40 milhões de euros em 2017, um valor apontado como “interessante” mas que está muito longe dos 4,4 mil milhões de euros dos Estados Unidos, ou da China, que mobiliza uma estratégia nacional para chegar à liderança em 2030.
A estratégia portuguesa está alinhada com a europeia e segue as mesmas linhas estratégicas de uma “IA made in Europe”, com a ética na base. Mobilizar empresas, articular projetos mobilizadores, atrair talento e cooperar com grandes empresas e com parceiros europeus e americanos são algumas das linhas apresentadas por Alípio Jorge, que diz que os próximos passos previstos são a publicação do documento de proposta de Estratégia Nacional, para discussão pública nos próximos 3 meses, mas também a constituição de grupos focados em aspectos particulares da Administração Pública.
“Em janeiro haverá uma reunião alargada para discussão da área de IA”, explica o investigador, que refere que também será criado um grupo de ética.
Investimentos em curso
O ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor, já tinha afirmado que Portugal vai ter uma estratégia nacional para a utilização da inteligência artificial até ao final do ano. O Governo tem vindo a apostar em projetos nesta área e financiou 19 iniciativas que já estão no terreno e que usam dados da administração pública e do Estado para melhorar processos em áreas específicas, como a Saúde ou a redução de acidentes rodoviários.
Entre os projetos apoiados, inclui-se um sistema de deteção precoce de avarias que vai ser testado no Metro do Porto, em que se pretende que as carruagens não tenham de ser retiradas de circulação tantas vezes por causa de avarias que se agravam.
Na área da Saúde foram contemplados projetos em que a informação estatística dos serviços do ministério da Saúde pode ser tratada com inteligência artificial para prever tendências e daí partir para ordenar os casos por prioridade, como em modelos de previsão de complicações pós-operatórias para doentes de cancro.
Um outro projeto visa criar uma aplicação para telemóvel em que os dermatologistas possam tirar fotografias com qualidade de lesões na pele para facilitar no diagnóstico precoce do cancro da pele.
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