A Accenture tem uma rede de sete laboratórios de I&D em todo o mundo e o centro em Sophia Antipolis, França, funciona num dos maiores parques de tecnologia na Europa, reunindo grupos de investigação especializados para desenvolver e aplicar novas tecnologias, que podem ser implementadas e escaladas para implementação de negócio.

Ainda no início do mês a Accenture tinha anunciado o investimento de 3 mil milhões de dólares em Inteligência Artificial a três anos, para acelerar a reinvenção do negócio dos clientes, expandido as áreas de Data e IA com novas soluções para a indústria e modelos pré construídos em 19 verticais diferentes. O plano prevê também a duplicação dos recursos com competências na IA e chegando aos 80 mil pessoas.

Num encontro com jornalistas, Yves Bernaert, Technology Lead da Accenture para a Europa, lembra que a tecnologia já não serve apenas para suportar o negócio, mas tornou-se o negócio.

No laboratório em Sophia Antipolis estão a ser desenvolvidas diversos projetos onde a inovação e as novas tecnologias são centrais, como explicou aos jornalistas Anne Groeppelin, Sophia Antipolis Lab Director. Metaverso, IA generativa e ciência estão na base de alguns dos projetos demonstrados.

O projeto 3DAPT está centrado na criação automática automatizada de gémeos digitais, replicando no mundo virtual os recursos físicos das empresas, e a realidade virtual e tecnologia háptica são usados para experiências de formação e treino em modo imersivo, dentro de uma iniciativa de metaverso industrial.

A utilização da IA generativa vai além das respostas em modelos como o GPT e a Accenture está a aplicar as capacidades de um modelo de inteligência artificial para deteção de incêndios em florestas, usando câmaras de vídeo e identificação de padrões. O SOS forest está a ser treinado e mostra resultados mais rápidos e mais eficientes. Neste domínio a empresa tem também um projeto para a personalização do design de produto, como por exemplo os volantes ou outras peças de carros.

O E-seed é um dos projetos que mostra o potencial na agricultura, com um conceito de plantação de sementes que são largadas por meios aéreos e que têm a capacidade de se enterrarem no solo. Com uma forma eliptica o transportador da semente facilita a chegada a zonas menos acessiveis, melhorando a qualidade do solo e acelerando a reflorestação e recuperação da humidade dos terrenos.

Da lista dos projetos faz ainda parte o Chemoverse e FormulAI que pretende acelerar a descoberta de novos compostos e receitas para a indústria alimentar, optimizando a produção, custo e sustentabilidade e recorrendo também a computação quântica.

Yves Bernaert admitiu que é importante que a Europa consiga posicionar-se na área da inovação, especialmente face a outras potências como os Estados Unidos. E salientou o facto da União Europeia estar a liderar no desenvolvimento de tecnologia sustentável, especialmente com a visão da utilização responsável e ética da IA que resulta da regulamentação que está a ser preparada e que é vista como uma oportunidade e não um entrave.