Juntar a procura e a oferta na área da supercomputação pode criar uma oportunidade da Europa desenvolver um ecossistema de dados que beneficia a comunidade científica, a indústria e a sociedade. A convicção é de Roberto Viola, Diretor geral da DG Connect, que defendeu no ICT2015 a necessidade de continuar a investir nesta área.

Na lista dos 10 supercomputadores mais potentes só há uma máquina europeia, o que é pouco, e um estudo publicado no final de setembro mostra que apesar dos progressos a Europa precisa ainda de reforçar os investimentos nesta área, colocando a fasquia acima dos 500 milhões de euros por ano.

No ano passado foi criada uma parceria público-privada para o desenvolvimento de tecnologia de supercomputação, High Performance Computer (HPC). No âmbito do Horizon 2020 a Comissão dedicou 700 milhões de euros a esta área, com um investimento equivalente do lado privado, e já foram criados 8 centros de excelência em supercomputação. A Europa está também a investir em computação quântica, que pode tornar-se a próxima fronteira da supercomputação.

O desafio passa agora por uma estratégia comum e coordenada de investimento à escala europeia, que possa agregar esforços e responder às necessidades da comunidade científica.

A Comissão Europeia tem vindo a defender que ao aumentar a capacidade de supercomputação é possível conseguir uma indústria mais competitiva, mas que os benefícios se estendem a outras áreas, como a saúde, onde a investigação pode beneficiar da utilização de mais capacidade de processamento, ou a previsão meteorológica e o desenho de modelos de previsão económicos.

Ontem o Comissário Carlos Moedas defendeu também a necessidade de plataformas abertas de publicação de informação científica e avançou a possibilidade de criação de uma Cloud Europeia para a Ciência, uma ideia que vai ser sujeita a uma discussão pública.

O ICT2015 é o maior evento europeu de TIC e reúne em Lisboa esta semana mais de 6 mil participantes para uma conferência e uma exposição de mais de cinco mil metros quadrados, onde estão presentes dos 150 melhores projetos de TIC na Europa. A conferência termina hoje, assim como uma exposição que esteve aberta ao público na Praça do Comércio e que destacou cinco projetos.