A Intel revelou que está completamente comprometida com a tecnologia de condução autónoma, através da sua divisão Mobileye. Recorde-se que a empresa israelita foi adquirida em 2017 por 15,3 mil milhões de dólares e foi a responsável pela primeira versão comercial do Autopilot da Tesla.

Durante a sua conferência na CES 2021, a Intel salientou a importância de como as decisões são feitas, quando existem muitos condutores na mesma área. E construir um mapa em alta definição, muito preciso, para garantir colisões, tem sido a sua prioridade. A tecnologia da empresa pretende deixar de ser baseada em dados, mas em visão direta e isso faz com que a sua tecnologia possa entrar mais facilmente em novos territórios que não tenham sido mapeados.

Segundo o representante da Intel, a empresa estava num processo avançado de mapear o mundo, com a sua tecnologia, mas depois foi interrompido devido à COVID-19. A empresa disse que já fez centenas de milhares de quilómetros a testar a sua tecnologia, em diversas cidades do mundo, trabalhando com as respetivas entidades reguladoras.

E como convencer as pessoas que as câmaras podem ser os “olhos” da tecnologia de condução autónoma? A Intel explicou que as câmaras são cruciais na sua tecnologia, juntando radares e sistemas LiDAR para complementar a redundância do sistema, denominado como nível 4. No entanto, os carros autónomos de nível 4 apenas estão previstos para daqui a 10 anos, com todos estes sistemas, e isso não é sustentável para as empresas, a nível comercial, no futuro próximo. Mas apenas com as câmaras é possível, chegar ao nível 2, mas sempre com o pensamento da possibilidade de escalar até ao nível 4, quando a tecnologia for sustentável.

A tecnologia de condução autónoma comercial está prevista para 2025, mas até lá, a empresa refere que os robotaxis, que são a primeira geração, servem sobretudo para “praticar” a tecnologia. A segunda geração será lançada em 2025, e a fabricante destaca que esta tecnologia é uma maratona a longo prazo, e não um sprint de um par de anos. Nessa segunda geração prevê-se então a introdução de radares, os tais sistemas LiDAR. A empresa prevê que apenas um radar LiDAR consegue mapear a viatura 360 e em 2025 será acessível para tornar a tecnologia comercial ao grande público.

O principal problema da empresa e de qualquer fabricante de veículos autónomos é convencer o público geral e os reguladores de que a tecnologia pode ser totalmente segura.

Ao recolher dados de um carro pode-se usar em dois casos: gravar eventos, desde a intervenção do condutor, perfis de travões, etc., que depois são enviados através de Wi-fi. Mas a empresa considera que esta é uma “força bruta” no melhoramento da tecnologia. Por outro lado, a Intel prefere tentar compreender a fonte dos problemas e arranjar soluções para os mesmos. Por exemplo, para a empresa, o grande problema da IA é discernir os melhores caminhos e contornar os obstáculos inesperados, mas também quais são as prioridades quando dois carros se encontram numa via estreita, de forma a não haver margem para erros.

Por isso, a estratégia da empresa tem sido a utilização de centenas de milhares de carros equipados com a tecnologia da Mobileye e obter o máximo de informação semântica dos mesmos, submetida para a sua cloud, invés de apenas um carro a fazer todo o trabalho. Desde há seis meses que a empresa está a conseguir recolher informações de frotas inteiras automaticamente, sem qualquer intervenção humana. Tem cerca de um milhão de carros espalhados por seis fabricantes, a nível global, pretendendo mapear todas as estradas do mundo.

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