É a primeira vez que um investigador em Portugal recebe a distinção do prémio criado pelo, recentemente falecido, cofundador da Microsoft, Paul Allen. O investigador Henrique Veiga-Fernandes, do laboratório de Imunofisiologia do Centro Champalimaud recebeu um prémio de 1,3 milhões de euros (1,5 milhões de dólares), avança a Lusa.

O investigador foi distinguido pelo trabalho realizado em torno de como os sistemas nervoso e imunitário interagem no corpo humano para o proteger de infeções. O investigador português, juntamente com a sua equipa, realizou estudos pioneiros que lhe permitiram identificar unidades de células neuroimunes em diversas partes do corpo humano, refere o comunicado, entre eles o intestino, pulmões, gordura e pele, valendo-lhe assim o prémio Allen Distinguished Investigator.

tek henrique

Segundo a fundação, estas regiões especializadas é onde se juntam e comunicam os neurónios e células imunitárias de forma a influenciarem a maneira como o organismo responde a ameaças exteriores, sejam elas bactérias ou vírus. O valor do prémio servirá para financiar um projeto de três anos que irá centrar-se no desenvolvimento de duas novas técnicas de medição de como se processa a interação e a respetiva comunicação celular. Para tal, os investigadores vão marcar as células imunitárias com marcadores florescentes especiais para distinguir quais são os neurónios com que interagem. Segue-se depois a conclusão do que acontece apos essa interação. Os cientistas querem perceber desta forma como os neurónios influenciam diretamente o sistema imunitário.

Para além de Henrique Veiga-Fernandes, outros nove cientistas ligados a oito projetos nos Estados Unidos e Canadá, foram distinguidos. Estes estão ligados às áreas do linfoma, neurociências, sistema imunitário, envelhecimento, desenvolvimento e biologia fundamental, angariando um total de 13,5 milhões de dólares.