Corria o ano de 1991 e o finlandês Linus Torvalds continuava embebido num projeto pessoal que viria a mudar o mundo. No dia 25 de agosto desse ano, o na altura estudante de informática na Universidade de Helsínquia, definiu, sem saber, a essência do Linux. Com uma mensagem deixada no BBS da faculdade, Linus solicitava ajuda da comunidade local de programadores com aquilo que chamava de "hobby", algo que não iria chegar a ser "grande e profissional como o GNU".
À data, o trabalho era embrionário. Contava com apenas 10 mil linhas de código prontas para correr apenas num modelo específico de disco rígido e Torvalds não lhe reconhecia potencial suficiente para ser mais do que uma teoria interessante, capaz de despertar o interesse académico de outros estudantes. Felizmente, as coisas não correram como antecipado.
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25 anos depois "o sistema operativo portátil", como lhe chamou Torvalds na sua dissertação de mestrado, é parte essencial do universo tecnológico com que nos misturamos diariamente. Atualmente, o núcleo do Linux serve de suporte a centenas de distribuições diferentes e às 10 mil linhas de código iniciais, juntaram-se mais 22 milhões, escritas, diariamente, um pouco por todo o mundo, por mais de 13.500 programadores diferentes.
Todo este processo colaborativo tem gerado conteúdos de qualidade inegável, mas ao contrário daquilo que o utilizador comum pensa, o Linux não serve apenas para potenciar sistemas operativos alternativos que só os mais conhecedores da informática têm nos seus computadores.
Fora do foco de atenção dos consumidores, o núcleo que Linus Torvalds começou a criar em abril de 1995 é hoje o motor de muitos data centers, serviços informáticos da indústria financeira, supercomputadores e até do próprio Android.
Neste caso, o open-source é a justificação para o sucesso e, consequentemente, a razão pela qual o sistema se mantém atualizado a um ritmo difícil de acompanhar. De acordo com o último relatório da Fundação Linux, há, em média, cerca de 7,8 novos patches por hora e cerca de 4.600 linhas de código são diariamente adicionadas ao seu núcleo.
No entanto, ao contrário daquilo que era prática comum nos seus primeiros anos de vida, o Linux é hoje, cada vez mais, produto da colaboração profissional de inúmeras empresas que destacam trabalhadores para trabalhar no código do programa. Entre 2012 e 2016, a percentagem de colaboradores voluntários caiu de 14,6% para 7,7% e as grandes corporações tecnológicas ganharam espaço neste domínio, tanto que, os dois primeiros lugares no pódio de colaborações, pertence agora à Intel e à Red Hat. A Samsung surge no sexto lugar e a Google em 11º.
Atualmente, tanto Torvalds como a sua equipa estão afastados da produção frequente de código e fazem do seu ofício a curadoria e filtragem das alterações que vão sendo sugeridas diariamente por programadores em todo o mundo.
Aos 25 anos, o sonho parece estar vivo e com saúde suficiente para aguentar outros tantos. A ideia disruptiva que Torvalds materializou há duas décadas e meia na capital finlandesa conquistou um lugar no mercado e até o interesse dos seus maiores concorrentes com um lógica comunitarista que tem contrastado com as propostas mais restritas das grandes tecnológicas. Deste casamento com o público têm saído obras de sucesso que acabaram por dar origem a novos negócios.
Para celebrar estes 25 anos, deixamos-lhe uma galeria com alguns dos melhores distros já lançados:
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