O projeto está entregue a um grupo de cientistas de Portugal, Estados Unidos, Holanda e Reino Unido, e pretende registar as galáxias mais profundas do universo. O objetivo é explicar como a nossa galáxia evoluiu ao longo do tempo cósmico, refere a investigadora portuguesa Ana Paulino-Afonso, da Universidade de Lisboa, envolvida no projeto ao Gizmondo.

Na imagem revelada do projeto, os cientistas apontam cada galáxia conhecida com círculos coloridos, representando a distância da Terra na unidade do milhar de milhão de anos-luz. As galáxias mais próximas estão assinaladas a azul, enquanto as mais distantes são registadas a vermelho. O indicador vertical representa o Redshift, ou seja, a velocidade com que as galáxias se afastam da Terra, demonstrando a expansão do universo.

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Para encontrar a idade especifica das galáxias, o estudo utiliza a referida linha Lyman-alpha, uma luz emitida quando o eletrão dos átomos de hidrogénio passa de um estado excitado (n>2) para o nível base (n=1). Segundo é referido, a luz emitida é ultravioleta e não pode ser detetada a partir da Terra porque a camada de ozono bloqueia grande parte da sua emissão. Esta luz pode ser captada através de telescópicos terrestres, tais como o Subaru, localizado no Havai. Para detetar as diferentes galáxias os cientistas utilizam filtros específicos e dessa forma agrupar a distância das emissões e catalogar a sua idade.

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Através deste método, a equipa de cientistas já registou cerca de 4.000 emissões Lyman-alpha, ou seja, 4.000 potenciais galáxias localizadas entre 19 mil milhões a 28 mil milhões de anos-luz de distância.

Em conclusão, este estudo ajuda os astrónomos a compreender como é que as galáxias, tais como a Via Láctea, evoluem e se expandem ao longo do tempo. Uma observação anotada é que as galáxias registadas são mais compactas que a nossa, o que pode significar que a Via Láctea já foi também mais pequena.