A Defined.Ai, fundada e liderada pela portuguesa Daniela Braga, lançou um manifesto pela ética na inteligência artificial. O documento reúne um conjunto de princípios que a empresa garante, não só que subscreve, mas também que pratica na sua própria “casa”.

O Manifesto e os seus princípios podem ser consultados no site da empresa e também estão detalhados neste vídeo.

Veja o vídeo

Numa publicação no seu perfil de LinkedIN, Daniela Braga explica agora a iniciativa e admite que nos bastidores da nova indústria de IA, que em 2023 se estendeu a todas as áreas, há um “verdadeiro cenário de Faroeste”.

“As grandes empresas tecnológicas estão à procura das soluções de dados mais rentáveis para treinar os seus modelos de linguagem de grande dimensão (LLM), recorrendo à exploração e ao pagamento insuficiente dos trabalhadores, bem como à recolha não autorizada de dados”, acusa a empreendedora portuguesa.

“Esta situação dificulta o progresso: Os modelos de IA ficam parados no desenvolvimento porque são continuamente treinados nas mesmas bases de dados”, refere ainda a responsável, alertando também para o impacto desta instabilidade na confiança de muitas empresas em soluções de IA.

A trabalhar há 20 anos na recolha e preparação de datasets, agora na Defined.ai, que prepara os dados usados por muitas aplicações inteligentes bem conhecidas, como a Alexa da Amazon, Daniela Braga pede reflexão.

“Acredito genuinamente que a IA ética, construída sobre uma base de dados fiáveis e imparciais, é um dos principais pilares diferenciadores para todos os que se preocupam em desenvolver uma IA responsável”, refere.

“Na Defined.ai, todas as nossas bases de dados seguem estas regras: são pagas, obtidas com consentimento e anonimizadas, respeitando sempre a dignidade de salários justos para todos, em todo o mundo”, acrescenta ainda a responsável, que por estes dias representa a Defined.Ai na CES em Las Vegas, onde está também a apresentar o Manifesto.