(Actualizada)
No terceiro trimestre deste ano a IDC Portugal registou um crescimento de 37,5 por cento no número de unidades vendidas no mercado de PCs. Os dados da consultora apontam para vendas globais de 148.016 unidades, entre computadores desktop, portáteis e servidores.



Gabriel Coimbra, da IDC Portugal, explica que o crescimento está acima do previsto, confirmando a retoma em volume de vendas apesar do segundo trimestre ter apresentado um crescimento abaixo dos 10 por cento. Já em termos de receitas o analista aponta o efeito devastador, em termos médios, do decréscimo de preços.



Sem ter ainda os dados consolidados, Gabriel Coimbra estima que o mercado global vai ter um decréscimo em termos de valores movimentados superior ao previsto, que era de 9 por cento. A IDC tinha estimado que a redução de preços dos equipamentos iria afectar o volume de vendas em termos financeiros na ordem dos 14 por cento de quebra para os portáteis e 7 por cento para os desktops, enquanto os servidores perderiam cerca de 4 por cento.



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HP reforça liderança

No terceiro trimestre do ano destaca-se ainda um crescimento de vendas dos fabricantes internacionais, reforçando a HP a sua liderança em termos de unidades vendidas, num crescimento de 67,8 por cento em relação ao período homólogo de 2003. A empresa assumiu a primeira posição nas três categorias de vendas, liderando o segmento de desktops com uma quota de 32,9 por cento, o de portáteis com 25,8 por cento e os servidores com 42,2 por cento.



É precisamente na área de servidores onde a HP tem uma posição mais confortável, sendo seguida de longe pela IBM (com 15,9 por cento das vendas) e a Dell (com 8 por cento). Mas também no segmento de PCs desktop a HP tem uma grande distância da Solbi/Citydesk, que mantém a segunda posição com uma quota de 12,5 por cento.



"Este crescimento advém de um conhecimento claro e objectivo da procura e das necessidades cada vez mais exigentes do mercado empresarial, resultando numa maior qualidade e excelência de produtos e serviços proporcionados", afirma Bruno Ferreira, Area Category Manager - Desktops, Workstations e Monitores, da HP Portugal, em comunicado.



O mercado empresarial continua a ser o de maior peso na aquisição de equipamentos informáticos, absorvendo 65,6 por cento do total de desktops vendidos e 43,3 por cento dos portáteis.



Paulo Rego, director da Citydesk, explica que muitas empresas estão agora a proceder às substituições dos parques informáticos que foram remodelados em 1999, em antecipação ao bug do ano 2000. A fabricante nacional mostra-se satisfeita pela manutenção do segundo lugar do mercado agregado, com um volume de 14.272 equipamentos vendidos e uma quota de 9,6 por cento, assumindo igualmente uma segunda posição no top de venda de desktops e o quinto lugar na venda de portáteis.



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Venda de portáteis equilibrada entre consumo e empresas

O mercado de portáteis continua a registar um crescimento elevado, acima das outras áreas de equipamentos informáticos, embora mais lento do que noutros trimestres anteriores.



Verifica-se ainda que neste segmento existe um maior equilíbrio entre as vendas para o mercado empresarial e o de consumo, que tem revelado crescimentos elevados. No período em análise a venda de notebooks para o mercado de consumo cresceu 57,4 por cento para as 20 mil unidades, quando há um ano atrás tinham sido comercializadas 12,7 mil máquinas.



Na área dos portáteis a HP tinha recuperado no segundo trimestre a liderança, que mantém neste trimestre, mas a distância é bastante pequena em relação à Toshiba, que garantiu 20 por cento das vendas em Portugal.



Jorge Borges, director de marketing da Toshiba Portugal, afirmou ao TeK que "a Toshiba mantém a posição de liderança nos três primeiros trimestres do ano, tendo crescido acima do mercado". Este responsável indica que relativamente ao segundo trimestre a Toshiba aumentou o seu market share de 18,5 por cento para 20,2 por cento, segundo dados da IDC.



"Esta posição resulta da manutenção da quota de mercado no segmento de consumo e aumento significativo no mercado profissional, onde a Toshiba é líder de mercado", justifica ainda.




Destaca-se ainda na leitura de dados da IDC a subida espectacular da ACER, que aumentou as vendas de portáteis em 388 por cento face ao trimestre homólogo de 2003, ode tinha registado um volume de portáteis vendidos de 1.802 unidades. Já a Fujitsu Siemens é a única das maiores que perde quota de mercado, numa quebra de 11,1 por cento.


Esmagamento das margens prejudica rentabilidade das empresas

Paulo Rego da CityDesk estima que a quebra de volume de negócios no mercado de PCs seja superior à estimada pela IDC, face à fortíssima erosão dos preços dos equipamentos, pressionada por campanhas de preços fortíssimas. Apesar do crescimento de volume de vendas, o director da marca nacional considera que as empresas não estão a ganhar mais do que estavam antes.



Este responsável salienta ainda que o desequilíbrio crescente entre as vendas de computadores dos fabricantes nacionais e internacionais se deve sobretudo ao facto dos primeiros não conseguirem vender no mercado do Estado, uma situação que já tinha sido por várias vezes denunciada pela Solbi e mesmo pela Associação Portuguesa de Fabricantes de Equipamentos Informáticos (APFEI) e a ANETIE (veja Notícias Relacionadas).


A IDC estima que a quota dos fabricantes/assembladores nacionais tenha baixado neste trimestre quase 10 pontos percentuais, caindo de 44 por cento para 35 por cento no terceiro trimestre de 2004. Esta situação deveu-se principalmente ao crescimento da Acer, HP, Dell e Toshiba neste último trimestre e não à descida do volume de vendas das marcas portuguesas.

O director da CityDesk lembrou ao TeK que este ano, e no último trimestre, se concretizaram alguns negócios importantes do sector público, como o fornecimento dos computadores para as novas Salas TIC, que foram entregues a fabricantes internacionais. Mostrando-se triste com a manutenção desta situação, Paulo Rego afirma que os assembladores nacionais não pedem privilégios especiais, mas pelo menos uma situação de equilíbrio nos concursos.



Nota de Redacção: [2004-10-29 19:07:00] A notícia foi actualizada com o comentário da Toshiba Portugal.


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