John Acunto, CEO da Infinite Reality, apresentou no Web Summit a sua Infinite Reality como a combinação de diferentes empresas, começando por uma plataforma social, com produtos sociais e onde os criadores trocavam experiências. Agora que mergulhou na Web3, esta pega nesse conteúdo e transporta-o para o metaverso.

A empresa comprou a Thunder Studios no início do ano, uma empresa americana dedicada ao gaming e recentemente adquiriu a RektGlobal por 470 milhões de dólares, uma plataforma de suporte a criadores de conteúdos. A estratégia é criar um metaverso para clientes que têm audiências, 100% neste espaço virtual, desde os palcos, assets e social media. É como se fosse uma empresa que constrói websites, mas neste caso, em forma de metaverso.

Anunciaram uma parceria com a Warner Discovery Sports para puxar pelo metaverso no âmbito dos desportos eletrónicos e as suas experiências imersivas, ao nível de qualidade de Hollywood, trazendo para o espaço virtual pessoas reais e não apenas avatares. O objetivo é criar novas audiências no metaverso.

A empresa vê o gaming como uma oportunidade para elevar os produtos da sua equipa, estando por trás de praticamente todas as equipas de Valorant e League of Legends de elite na Europa e Estados Unidos. Ou seja, lobbies criados para as equipas interagirem entre si e com os seus fãs através do metaverso. Diz que o seu produto é orgânico e considera que os fãs reconhecem esse esforço.

Tem um grande foco na Europa, com as suas equipas principalmente no Reino Unido e Alemanha, assim como em Barcelona, na Espanha. Quando se pensa no metaverso, na sua visão é a criação de espaços para as pessoas comunicarem, sobretudo num ambiente de pandemia de COVID-19. Considera que mesmo com a pandemia a acabar, acredita que na Europa o metaverso continua a ser adotado como ferramenta de comunicação e é um território onde está a apostar.

web summit Infinite Reality

A sua SkyBox é fazer um triângulo de experiências de conteúdo, um local onde os indivíduos podem entrar e interagir. Esta caixa permite aos indivíduos criar conteúdos, convidar amigos e participar em atividades. Há uma rua principal, com diversos palcos. Diz que a Disneyland e Disney World funcionam como um metaverso, uma experiência imersiva física, que compara ao que se passa no espaço virtual. Tratam-se de experiências para consumo e empresas que providenciam esses conteúdos. Todos os hobbies e gostos têm sempre marcas que as suportam, naquela que diz ser a comparação mais direta com o metaverso.

A Arena Skybox permite escolher e consumir conteúdos. Não se tratam de avatares, mas as próprias pessoas transportadas para o metaverso, para verem um filme num dos ecrãs gigantes, ao mesmo tempo que partilham ideias com os amigos. E pode ser consumido em qualquer local, seja num computador em casa, um televisor ou um smartphone em andamento.

A sua ideia de metaverso é colocar uma pessoa real em frente a outra real, num espaço virtual. Até aqui ninguém falou com uma pessoa no virtual para comprar um produto. No metaverso vai ser possível conversar sobre os produtos, os respetivos problemas, incertezas e ter tudo esclarecido por uma pessoa real, e não um avatar ou bot. Esse é o seu conceito para o metaverso.

A audiência pode escolher os conteúdos e os promotores criam as melhores experiências para os seus seguidores. O objetivo é criar mais conexão entre as pessoas, algo que muitas vezes um avatar retira.

Refere ainda, em tom irónico, a mudança do Facebook para Meta e achar que as pessoas devem assumir que é a dona do metaverso. “É como se a IBM em 1996 mudasse o seu nome para Inter e convidar todos para a sua Internet”, referindo que o metaverso será para todos e não do domínio de apenas uma empresa. As transações entre humanos vão ser possíveis no metaverso, incluindo comprar um automóvel. Vai ser possível ter conversas com os vendedores, ver os detalhes dos veículos através de gémeos digitais (um conceito que ainda esta semana a BMW defendeu com a sua presença no metaverso). A empresa pretende ainda utilizar a sua experiência em introduzir os elementos sociais a novos produtos que surjam.

Diz que todos falam do metaverso, mas poucos têm falado na moderação de conteúdos. Para si esta é uma área-pilar do metaverso e diz ter 35 milhões de dólares investidos nesta vertente de segurança.

Muitos talentos e até marcas estão com dificuldades em dar o salto para o metaverso, estando expetante para não mergulhar de imediato. O que é necessário para mudar esse paradigma? John Acunto diz, como fã de videojogos, que os elementos de gamificação são importantes, mas é preciso trazer o real para o metaverso. Se é para fazer um concerto de Metallica ou de Justin Bibier, temos realmente de os ter em palco e não versões em “bonecos” dos mesmos. É preciso olhar e apontar como sendo o futuro, não um avatar de uma personagem da Sega Genesis a correr e a falar com outros, mas um gémeo digital das próprias pessoas…

O SAPO TEK está a acompanhar toda a edição do Web Summit em direto até dia 4 de novembro. Siga todas as notícias aqui, acompanhando também a transmissão em direto no palco principal.

Veja ainda algumas das principais imagens que a equipa do SAPO TEK vai recolhendo por dentro do Web Summit