Os hackers que desenvolvem vírus mostraram no início deste ano maior criatividade, lançando um maior número de ameaças informáticas à segurança dos sistemas, criando também códigos que exploram mais efectivamente as falhas das aplicações e a curiosidade dos utilizadores. De acordo com uma análise da empresa de software anti-vírus Sophos, durante o primeiro semestre deste ano o número de ocorrências de vírus cresceu 17,5 por cento em relação ao período homólogo de 2002.



A Sophos identificou, até ao final do mês de Junho, 3.855 novos vírus, sendo o Bugbear-B e o Sobig os mais prevalentes desde Janeiro, ocupando por isso os dois primeiros lugares do top 10 das ameaças informáticas. O worm Bugbear-B foi o que registou um crescimento mais rápido, já que foi detectado apenas no início do mês de Junho, e corresponde a mais de 11,6% das incidências relatadas.



Segundo Graham Cluley, consultor de tecnologia sénior da Sophos, o sucesso do Bugbear-B deve-se sobretudo à sua capacidade de mutação a cada novo reenvio por email, o que lhe valeu a designação do vírus mais "irritante" deste ano. Em segundo lugar no número de ocorrências coloca-se o Sobig-C, que se disfarçava de mensagem de correio electrónico enviada pelo serviço de suporte técnico da Microsoft. Se forem combinadas as ocorrências dos cinco worms diferentes baseados no Sobig, este foi o que provocou o maior impacto nas redes informáticas.



A Sophos comunicou ainda o top 10 dos hoaxes, mensagens falsas que circulam na Internet e que são muitas vezes confundidas com vírus, no qual se destaca o JDBGMBR, seguido do WTC Survivor e Meninas da Playboy. "Os hoaxes são realmente incómodos, fazendo-nos perder tempo, dinheiro e largura de banda, para além de poderem envergonhar os utilizadores junto dos seus colegas", explica Graham Cluley, que refere sentir-se desapontado por ver que as pessoas continuam a acreditar nestas mensagens.

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