Vão longe os tempos em que os jogadores carregavam um jogo na consola ou PC para terminar uma aventura, passar mais um nível ou vencer uma corrida do seu campeonato favorito. Atualmente, o gaming representa um local onde os jogadores encontram outras atividades para fazer além de jogar.
As conclusões são da TradingPlatforms, que realizou um relatório, destacando que cerca de 80% dos jogadores realizaram atividades não associadas a gaming no ano passado. “O crescimento de atividades não ligadas ao gaming nos videojogos reflete a natureza de mudança na indústria”, destaca a analista financeira Edith Reads. Diz ainda que as plataformas de gaming já não estão limitadas a serem uma forma de entretenimento, tendo-se transformado em espaços multifacetados que reúnem vários interesses e necessidades.
Mas o que fazem então os jogadores? Numa análise feita pela Statista aos jogadores dos Estados Unidos, 48% viram filmes e séries de TV, sem a necessidade de saírem dos jogos. Cada vez mais jogadores têm mais que um monitor, dividindo as suas atenções entre os jogos e outros conteúdos. E 47% dos jogadores estão simplesmente a socializar e a conhecer novas pessoas. Muitos jogos, sobretudo no género MMO, oferecem ferramentas sociais e de comunicação, onde se criam amizades. Os jogos acabam por ser mais um veículo de comunicação.
No gráfico é possível ver que 34% dos jogadores criaram ou personalizaram o seu avatar virtual; 30% criaram ou personalizaram itens virtuais; 24% personalizaram locais virtuais ou mapas. A compra de itens virtuais foi feita por 24% dos jogadores: exemplo das skins de CS: GO que alimenta todo um mercado digital dentro dos videojogos. 21% dos jogadores fizeram apostas.
A TradingPlatforms salienta as economias dentro dos jogos que permitem aos jogadores fazerem transações em moedas digitais. E que a tecnologia de Blockchain inserida nos sistemas de gaming fizeram crescer o interesse no empreendedorismo virtual.
Esta tendência de os jogadores utilizarem o gaming para outras atividades além de jogar poderá mudar o futuro da indústria, com a produção de novos títulos especificamente desenhados para atividades paralelas. Isso já é visível em Fortnite, em que é possível assistir a concertos musicais, trailers e outros conteúdos dentro do próprio jogo. Estas atividades podem criar novas oportunidades de negócio, na forma como as empresas chegam aos jogadores.
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