Pela primeira vez na história, um órgão foi entregue, por drone, a uma equipa médica, para uma cirurgia de transplante. O rim foi transportado ao longo de 3,2 quilómetros, para o centro hospitalar da Universidade de Maryland (UMD). O trajeto, que se iniciou no Hospital de St. Agnes, em Baltimore, foi percorrido em 10 minutos. A operação foi concluída com sucesso poucas horas depois da entrega.
"Isto não é só sobre tecnologia. Neste caso, a vida humana é o valor mais alto em jogo", disse Darryll J. Pines, reitor da faculdade de engenharia da UMD.
O processo de transporte foi projetado pelo engenheiro Joseph R. Scalea. Em declarações ao New York Times, Scalea disse que a ideia surgiu depois de a universidade ter registado vários atrasos nas entregas de órgãos para transplantes. O processo foi pensado em equipa, com vários especialistas da área da aviação e da engenharia. Num dos casos referidos pelo engenheiro, o órgão demorou 29 horas a chegar ao destino.
Antes de autorizar o transporte de um órgão real, a universidade fez mais de 44 voos de teste, que se traduziram em mais de 700 horas no ar. "Construímos várias mecânicas redundantes para garantir que a carga está em segurança", disse Anthony Pucciarella, responsável pela série de testes conduzida pela UMD. Na prática, este cuidado foi assegurado com motores suplentes, baterias suplentes e propulsores suplentes. Em caso de queda, um pára-quedas permite a recuperação do drone e da carga em boas condições.
Scalea sublinha que o transporte por drone não é apenas um capricho tecnológico, mas sim uma forma menos arriscada e mais rápida de entregar uma carga tão sensível e valiosa quanto um órgão. Em adição, o método torna ainda possível a monitorização da temperatura em tempo real e à distância, que é essencial para o estado do órgão.
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