Nesta altura do ano manda a tradição. O Natal é feito de costumes e para além da árvore, das filhozes e das iluminações que decoram as ruas do país, também há toda uma troca de prendas que a indecisão, regra geral, não ajuda a concretizar. Arranjar o presente ideal é difícil, mas as tecnologias parecem ser consensuais. E neste segmento, não há dúvidas de que as consolas são dos equipamentos mais apetecidos.

Numa época festiva em que toda a indústria dos videojogos regista um pico de vendas, o TeK vai tentar mostrar a expressão que as grandes marcas têm em Portugal e por que razão é que deve apostar numa Xbox, PlaySation ou Nintendo neste Natal. Comecemos a série de artigos com a Sony.

Portugal é bom para a PlayStation e a PlayStation é boa para Portugal. No país, pelo menos, é inegável que as consolas da Sony têm mais expressão junto dos consumidores locais do que as principais concorrentes. O antigo vice-presidente da Sony SCEE para o sul da Europa atestava essa ideia em 2015. Nas palavras de James Armstrong, a PS4 estava a vender 12 vezes mais do que a Nintendo, a segunda maior marca do mercado nacional.

Em 2016, o contexto não parece ter desarmado. Nas palavras da empresa, "Portugal (continua a ser) um território muito importante para a PlayStation, onde atinge uma quota de mercado quase única a nível mundial", uma realidade confortável, mas que, ainda assim, não significa, por consequência, uma postura mais passiva por parte da marca. "É para nós essencial, por exemplo, continuar a investir na localização dos jogos, promover a presença de estúdios internacionais nos nossos eventos de lançamento locais e garantir que todos os conteúdos chegam em day one a Portugal".

Uncharted 4 é um bom exemplo desta aposta. Numa festa de lançamento alinhada com a data de estreia mundial, os jogadores portugueses tiveram a oportunidade de deitar as mãos ao jogo ao mesmo tempo que os norte-americanos.

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Por outro lado, a falta de concorrência, acredita, atrasa o mercado relativamente ao que se encontra "lá fora". Portugal tem um mercado de dimensão reduzida, sabe-se, mas a PlayStation acredita que o seu crescimento só está dependente de uma orquestração de esforços entre as várias companhias. "Acreditamos no potencial do mercado português e estamos otimistas quanto ao futuro".

A Lisboa Games Week mostrou que há espaço para crescer. Este ano, o número total de visitantes subiu dos 39 mil para mais de 48 mil e a ideia de que "os videojogos não são uma coisa de nicho" parece estar a consolidar-se.

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E também é desse fenómeno que nascem as novas ofertas da PlayStation. O interesse crescente, a profissionalização do sector e o desenvolvimento da tecnologia levou a empresa a repensar a forma como abordava o mercado. Consequentemente, desse processo de reflexão, resultou a PS4 Pro e os PSVR para "servir os jogadores que procuram uma experiência melhorada".

Em números, a aposta traduziu-se num sucesso. A PS4 já tem uma base instalada de cerca de 43 milhões de consolas e continua a demonstrar o crescimento mais rápido e forte da história do hardware da PlayStation.

Os PSVR têm feito a sua quota parte e a empresa admite que quer continuar a "trabalhar em conjunto com outros produtores de RV para criar uma infraestrutura sustentável para a plataforma. Isto é uma mudança de paradigma para o entretenimento interativo. Mais de 230 estúdios e distribuidoras estão a trabalhar num total de 160 títulos para o PS VR". Mas enquanto a tecnologia não se massifica ao mesmo nível que as consolas, são os exclusivos que vão merecendo a maior atenção. Depois de um ano especialmente marcado pelo lançamento do último capítulo da história de Nathan Drake em Uncharted 4, os jogos mais aguardados para 2017 parecem dividir-se entre nomes tão sonantes quanto The Last Guardian, GT Sport e Horizon Zero Dawn.

Para Portugal, especificamente, há que recordar outro pormenor importante. O jogo português, vencedor da primeira edição dos Prémios PlayStation, Striker's Edge, chega ao mercado e o seu sucessor será conhecido.

A aposta parece segura. Há um ecossistema local em crescimento, há lançamentos alinhados com as datas mundiais, há hardware novo e melhorado e um universo de realidade virtual que a empresa se compromete a explorar. Desde o lançamento da PlayStation 1, em 1994, os portugueses parecem ter establecido a sua preferência. Portugal é bom para a PlayStation e a PlayStation é boa para Portugal. Agora, só resta saber o que têm as concorrentes para oferecer.