A cibersegurança não é ainda vista como uma prioridade por utilizadores individuais, empresas e governos e por isso a crise económica pode abrir novas oportunidades para ataques de cibercriminosos. O alerta é da McAfee, que no relatório anual sobre cibersegurança aponta esta questão.

Segundo a empresa de segurança, a recessão mundial está a tornar-se num "viveiro" para actividades fraudulentas. O clima de receio e ansiedade dos consumidores e os "governos distraídos" estão entre os factores que potenciam o crescimento do cibercrime.

Segundo a empresa, a menos que se registe um compromisso para um esforço internacional no sentido de combater as actividades maliciosas online, existe o risco do cibercrime ter um impacto na confiança dos consumidores, dificultando ainda mais a velocidade de recuperação da economia mundial.

Entre as tendências identificadas na área de segurança, o "McAfee® Virtual Criminology Report" define os seguintes desafios :


  • O crunch do cibercrédito - através do qual se aproveita para lançar esquemas do tipo "fique rico rapidamente", ou promessas de emprego que acabam por recrutar "mulas de dinheiro" para branquear os ganhos dos cibercriminosos.
  • A distracção dos governos - face à recessão económica a luta contra a cibercrime passa para segundo plano.

  • A escassez de ciberpolícias - faltam conhecimentos especializados nas forças policiais "da linha da frente".

  • A criminalidade escondida - alguns países, como a Rússia e a China, tornaram-se paraísos seguros para o cibercrime. A McAfee aponta ainda o Brasil como um dos países "bode expiatório", com o mais rápido crescimento ao nível da cibercriminalidade, mas onde o tráfego é muitas vezes reencaminhado como uma armadilha para confundir a origem dos ataques.

  • Silos de informações - a aplicação da lei está limitada às respectivas fronteiras nacionais, enquanto os cibercriminosos operam rapidamente através das fronteiras. Segundo o relatório, a comunicação entre países continua inconsistente e limitada.