"No domínio do cibercrime assinalou-se uma trajetória de incremento da ameaça, nomeadamente quando motivada pela crescente profissionalização da cibercriminalidade transnacional altamente organizada e empenhada em atividades extorsionistas ou de fraude digital que incluíram o ciberespaço português entre a sua superfície de ataque", refere o RASI de 2021, hoje entregue na Assembleia da República.
O documento destaca também "o efetivo agravamento de operações de cibercriminalidade internacional contra o tecido digital português, com consequências de crescente visibilidade pública e com um potencial disruptivo das dinâmicas sociais ou económicas, nomeadamente em sede de operações de ransomware"(software nocivo usado para bloquear dados de computadores e servidores através do uso de algum tipo de criptografia).
No capítulo dedicado às ameaças da segurança interna, o RASI dá conta que em 2021 se observou "a continuidade de vários focos de operações cibernéticas ofensivas contra alvos nacionais, com origem num leque alargado de agentes de ameaça".
Em relação à ciberespionagem contra alvos portugueses, o relatório indica que se registou uma "continuidade na ocorrência de ciberataques que visaram comprometer alvos públicos e privados, bem como entidades com relevância estratégica, a fim de exfiltrar informação classificada sensível ou privilegiada".
De acordo com RASI, tratou-se de uma ameaça "persistente e com a possibilidade de desenvolvimento no que concerne à sofisticação, ao volume e às consequências disruptivas destas ações".
O documento, que hoje foi aprovado no Conselho Superior de Segurança Interna, alerta ainda para o fenómeno da desinformação digital, nomeadamente o das plataformas de social media, que em 2021 continuou acolher "de forma global" dinâmicas de desinformação e de dissidência política e social, dinamizadas por uma crescente miríade de autores domésticos e externos".
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