A Intel lançou ontem o processador Itanium 2, conhecido pelo nome de código McKinley. Com este chip, a fabricante de semicondutores espera conquistar terreno no lucrativo mercado dos servidores de gama média e empresariais, tal como obteve o domínio do segmento dos PCs, no final dos anos 80, e de servidores de gama de entrada, em meados dos anos 90.



A primeira geração de processadores Itanium denominada Merced foi lançada no mercado com um atraso de anos, caracterizando-se por um fraco desempenho, não tendo conquistado uma quota significativa do mercado aos processadores RISC/Unix que dominavam o segmento dos servidores - excepto em relação a determinados clusters de elevado desempenho e aplicações Web especializadas como encriptação de dados.



Esta segunda geração dos chips Itanium de 64 bits - cujo lançamento foi inicialmente previsto para há seis meses atrás - destina-se a aplicações empresariais de elevado desempenho, nomeadamente nas áreas de business intelligence, bases de dados, Enterprise Resource Planning, Supply Chain Management, engenharia assistida por computador e transacções seguras.



O objectivo da Intel no mercado dos servidores passa actualmente por afastar os fabricantes dos computadores da concepção dos chips e do negócio de fabrico de forma a que transponham as suas arquitecturas e sistemas operativos para os processadores Itanium.



Neste sentido, várias das maiores empresas no mercado de servidores planeiam comercializar sistemas baseados no Itanium 2 contendo entre oito a 64 ou até mais processadores no próximo ano, tirando vantagem deste chip em termos de escalabilidade - a capacidade de ligar processadores entre si de forma a criar sistemas multiprocessador.



Ao contrário da anterior geração Merced, o Itanium 2 é compatível com as duas próximas gerações desta família de processadores da Intel, com vista a permitir que sejam facilmente trocados por chips mais rápidos. Actualmente, a Intel possui cinco futuros processadores da linha Itanium em desenvolvimento, com vista a serem lançados até à segunda metade desta década.



Para além de suportar grandes volumes de trocas de dados, cálculos complexos e grandes quantidades de dados e utilizadores, inclui ainda um design denominado Explicitly Parallel Instruction Computing (EPIC) e um máximo de 3 MBytes de memória cache de nível 3 que permitem obter elevados níveis de processamento e desempenho para a execução mais rápida de transacções online, análises de dados e simulação e representação de imagens.



O processador também integra características avançadas para um funcionamento sem falhas, incluindo detecção e correcção extensiva de erros em todas as principais estruturas de dados do chip e uma arquitectura avançada Machine Check para a gestão inteligente de erros e recuperação erros de plataforma complexos para impedir a perda de dados e outros problemas.



O Itanium 2 irá ser suportado pelo chipset E8870 da Intel, que irá ser lançado este Outono e que pode aguentar sistemas com entre dois a 16 ou ate mais processadores. O E8870 traz uma inovação, a Scalability Port, um ponto bidireccional de alta velocidade para transmitir dados entre os componentes com uma largura de banda de 6,4 GHz. Ao mesmo tempo, várias fabricantes estão a planear lançar os seus próprios chipsets para o Itanium 2 a partir de meados deste Verão.



A linha de processadores vai ser constituída por três diferentes configurações. Uma versão de 900 MHz do chip contendo 1,5 MBytes de memória cache de nível 3 irá ser comercializada a um preço de 1.338 dólares (1.375,12 euros) . A versão de 1 GHz do chip com 1,5 MBytes de memória cache de nível 3 custa quase o dobro, isto é, 2.247 dólares (2.309,35 euros) Por seu lado, outra versão de 1 GHz com 3 MBytes de memória cache de nível 3 irá ser comercializada a 4.226 dólares (4.343,26 euros).


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