Investigadores de universidades europeias estão a trabalhar num sistema que apoie os serviços de fronteiras a controlarem o tráfico de mercadorias e de drogas. Hassan Ugail, da Universidade de Bradford e Ryer Zwiggelaar, da Universidade de Aberystwyth, são dois dos professores envolvidos no projecto de 500 mil libras que terá início em Dezembro deste ano.

O programa, que terá uma duração de dois anos, está a ser subsidiado pelo Engineering and Physical Sciences Research Council (EPSRC) e envolve o apoio de algumas agências governamentais britânicas, entre as quais, o Home Office, responsável pelos assuntos relacionados com a imigração, e os Serviços de contribuições e impostos de Sua Majestade (HM Revenue & Customs). A empresa QinetiQ, enquanto especialista em tecnologias de segurança, também está envolvida no projecto.

O objectivo principal desta iniciativa passa pelo desenvolvimento de uma tecnologia eficaz que consiga traçar o perfil das pessoas assim que elas passam pelos controlos alfandegários. Desta forma, as autoridades conseguirão identificar de forma mais capaz os contrabandistas e traficantes que se desloquem para o Reino Unido.

A tecnologia utiliza uma técnica denominada "real-time dynamic passive profile", que se baseia na moldagem das expressões faciais, movimentos dos olhos e dilatações das pupilas, que no que se refere a efeitos físicos ou térmicos. Estes factores são então cruzados com outros dados entretanto analisados no serviço alfandegário e funcionarão como uma espécie de detector de mentiras quando os suspeitos forem inquiridos diante de uma câmara e um computador equipado para o efeito.

Os investigadores explicam que os agentes nos serviços alfandegários são especializados em detectar contrabandistas analisando apenas as suas expressões corporais embora, o recurso a esta tecnologia, poderá potenciar ainda mais a eficiência do trabalho das autoridades, já que tem em conta aspectos imperceptíveis ao olho humano.

Caso a tecnologia seja bem sucedida, é possível que o sistema seja alargado a outros serviços que envolvam cenários de pressão, sejam inquéritos a criminosos ou a jogos de computador, disse Hassan Ugail.