A ideia surgiu pela mão da alphaCoimbra e foi depois acelerada pelo movimento #tech4COVID19, dando resposta a uma necessidade premente de alunos portugueses que precisavam de computadores para acompanhar as aulas remotas durante a pandemia de COVID-19. Hoje o Student Keep assinala os 3 anos de existência e alargou também o âmbito de atuação às comunidades migrantes e de refugiados da guerra na Ucrânia.

Rui Nuno Castro começou por recolher os computadores antigos que tinha à mão e recondicioná-los com a ajuda de voluntários para ir entregando a quem tinha necessidade. À medida que a Student Keep ganhava forma foi conseguindo mais apoios de entidades doadoras e voluntários que se juntavam em "maratonas" de recondicionamento dos equipamentos, e os iam entregar a escolas em vários pontos do país.

Ao SAPO TEK, Rui Nuno Castro explicava que, por ter uma professora em casa se tinha apercebido da necessidade de alunos numa escola de Castanheira de Pêra, com dificuldade de acompanhar as atividades escolares durante os primeiros meses da pandemia de COVID-19, percebendo rapidamente que esse problema se estendia a outros pontos do país. "Lembro-me de um aluno, em particular, que vivia com a bisavó e que apenas podia contactar com a professora por telemóvel quando a bisavó, que trabalhava, podia estar em casa”, recorda. 

Veja imagens do projeto

Inicialmente, identificou-se a necessidade de computadores dentro do seio familiar, reuniram-se pessoas com vontade de ajudar, recursos e contactos, os chamados “keepers”, e o projeto ganhou forma, explica a Student Keep. A iniciativa começou a ganhar impacto e visibilidade, contando com a participação de personalidades das mais diversas áreas e com a parceria de entidades como a Fundação Calouste Gulbenkian, a Fundação Benfica, a Fundação GALP, a EDP, a CELFOCUS, a JP.IK, a Web Summit, a Caixa Geral de Depósitos, a King Baudouin Foundation, a Infraestruturas de Portugal e o GRACE.

Mais de 200 voluntários estiveram envolvidos no desenvolvimento da plataforma, divulgação e realização de parcerias, recondicionamento e entrega da ajuda, e em março de 2020 o projeto foi reconhecido pela OCDE como um dos projetos mais inovadores para fazer face à pandemia, a nível mundial.

"Estamos muito orgulhosos por alcançarmos esta meta, que era inimaginável quando iniciámos este caminho. Temos uma equipa de voluntários fantástica, que manteve a sua dedicação ao projeto e a esta causa de forma consistente nestes últimos três anos. Se a isso juntarmos os mecenas e parceiros do projeto que têm mantido a confiança na nossa equipa, encontramos a explicação para a longevidade inesperada do Student Keep”, explica Rui Nuno Castro, responsável do projeto.

Apesar de já ter conseguido a entrega de mais de 5 mil computadores, numa atividade que continuou mesmo depois do final do pico da pandemia, Rui Nuno Castro alerta para o facto de que “ainda não é suficiente para suprimir as necessidades de todos os alunos em Portugal. Vemos uma evolução positiva da digitalização da educação, contudo muitos alunos continuam excluídos ou info-excluídos e não podemos descurar a sua educação”.

Os computadores têm sido entregues a escolas, instituições de solidariedade social e organizações não governamentais que, por sua vez, os atribuem aos alunos que necessitam deste apoio, mas a iniciativa continua de portas abertas para quem se quiser juntar a este projeto.  Qualquer pessoa ou empresa (organização) pode doar material informático e tornar-se um “Keeper”, inscrevendo-se através do formulário disponível no site.

O Student Keep conta também com a parceria da Primavera, a Integer Consulting, a See Tickets, a Fundação Vasco Vieira de Almeida, a Beta-i, a UCI, o OLX Group, a DECO Proteste, a AON, a Mixtrónica, a PLMJ, a ChicPetite, o Instituto Pedro Nunes, Schneider Electric, a Fábrica de Startups, a Fundação do Futebol, o Banco de Portugal, a Associação Académica de Coimbra - Organismo Autónomo de Futebol e a Arnaud - Indústrias Gráficas.

Para além dos alunos portugueses a iniciativa Student Keep está a alargar a atuação às comunidades migrantes e de refugiados da guerra na Ucrânia com o objetivo de internacionalizar o projeto.

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