Nesta altura do ano manda a tradição. O Natal é feito de costumes e para além da árvore, das filhozes e das iluminações que decoram as ruas do país, também há toda uma troca de prendas que a indecisão, regra geral, não ajuda a concretizar. Arranjar o presente ideal é difícil, mas as tecnologias parecem ser consensuais. E neste segmento, não há dúvidas de que as consolas são dos equipamentos mais apetecidos. Numa época festiva em que toda a indústria dos videojogos regista um pico de vendas, o TeK vai tentar mostrar a expressão que as grandes marcas têm em Portugal e por que razão é que deve apostar numa Xbox, PlayStation ou Nintendo neste Natal. Sigamos a série de artigos com a Xbox.

O ano de 2016 foi bom para quem joga. Deu-lhes consolas e jogos novos, realidades alternativas, anúncios prometedores e trailers entusiasmantes que deixaram vislumbrar um 2017 ainda mais vertiginoso para a indústria dos videojogos.

Se a PlayStation fez nascer a Slim e a Pro, a Xbox promete que vai trazer uma Scorpio ainda mais capaz. Se a PlayStation promete trazer God of War, a Xbox promete trazer Halo Wars 2 e se a concorrente japonesa prometer mais alguma coisa é bem possível que a Microsoft seja capaz de contrapor infinitamente.

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Ao contrário do panorama dos videojogos em Portugal, onde a marca da Sony é mais preponderante junto dos consumidores, a Xbox regista um sucesso além fronteiras que nos últimos meses tem beneficiado de um crescimento gradual. No terceiro trimestre do ano, as vendas do sistema de jogo da tecnológica de Redmond superaram as da concorrência interrompendo um reinado quase ininterrupto de dois anos e meio.

Para Joana Barros, a atual gestora de produto da Xbox em Portugal, esta recetividade, que apesar de em menor escala também teve paralelo em Portugal, tem várias justificações. No entanto, a maior delas, chama-se Xbox One S. A opinião da responsável fica atestada pela GFK. Durante a sua semana de estreia, a consola da Microsoft vendeu mais 361% do que a PlayStation Slim.

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Toda a coisa é consequência de qualquer coisa e, neste caso, a gestora, que lida com a consola há quase um ano e meio, considera que o aspeto e as melhorias conduzidas à performance da consola são duas das principais justificações para os resultados. E depois disso, que se fale do preço. O preço também é importante.

"O negócio das consolas está muito assente nos serviços que são vendidos à sua volta. As consolas em si são a base da receita, mas tudo o que se vende posteriormente, como os jogos, o Xbox Live e os acessórios, são uma compensação da margem de lucro que conseguimos retirar das consolas", explica Joana Barros relativamente aos preços praticados, acrescentando que, naturalmente, para além desta lógica de dispersão de preço, também a "otimização dos processos de engenharia" permitem que se vendam consolas mais baratas.

Com estas oportunidades, a performance do mercado europeu tem sido boa para a Microsoft e "Portugal está dentro dos valores médios que se registam nos outros países". Um panorama comercial que dá mais segurança à empresa para continuar a apostar nacionalmente e que serve de pretexto para que os jogadores portugueses não tenham de voltar a esperar um ano pelo lançamento de uma consola como aconteceu com a Xbox One. "O lançamento das consolas foge-nos um pouco ao controlo porque se deve a uma estratégia transversal que emana da sede principal. Há mercados onde não temos representação suficiente para organizar o lançamento inicial, mas depois dos resultados que obtivemos com esse atraso, acredito que, num futuro próximo, não vamos ficar aquém".

Por futuro próximo pode entender Xbox Project Scorpio. A consola anunciada na E3 deste ano vai chegar em 2017 e apesar dos detalhes ainda estarem a ser ultimados, os principais atrativos do hardware já são conhecidos: 6 teraflops de potência, 320 GB/s de largura de banda, 8 núcleos de CPU e jogabilidade em 4K. Nas palavras da gestora, a empresa "acredita que será totalmente revolucionária, não só comparativamente às gerações anteriores, mas comparativamente com tudo o resto que existe no mercado dos videojogos". As produtoras, garante, estão em estreito contacto com a tecnológica enquanto desenvolvem títulos adaptados para a Scorpio.

Para além disso, vale a pena relembrar que a Xbox já não é apenas Xbox. A Xbox é Windows e vice-versa. A integração das duas plataformas através de uma única loja, que une jogadores de computadores e consola, "vai permitir uma experiência mais alargada [...] e vai permitir alcançar cada vez mais pessoas". "Os jogos que eram jogados numa Xbox podem agora ser jogados num PC e apesar de nos aumentar o leque de possibilidades também aumenta as opções dos nossos consumidores".

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Outro dos campos onde a Xbox mostra intenções de começar a dar cartas é na realidade virtual. Recentemente, a empresa anunciou uma parceria com a Oculus Rift para o streaming de jogos naquela tecnologia. Ao contrário do que a Sony oferece, a experiência ainda não é totalmente imersiva. Pode mergulhar num ambiente simulado, digitalmente reproduzido, mas apenas pode jogar num ecrã gigante que surge montado no espaço. Para este segmento, a estratégia ainda não é assumida e nem sequer está totalmente definida, mas Joana Barros revelou que a Microsoft está a trabalhar em parcerias para dar aos jogadores a possibilidade de jogar em realidade virtual. "Neste momento, esse é o nosso caminho a curto prazo", diz. "A longo prazo não posso confirmar que isso vá acontecer, mas olhando para a estratégia da marca em termos de realidade aumentada é de esperar que, no futuro, haja uma integração entre a tecnologia e a consola", "nada está confirmado. É uma suposição e uma questão de juntar a lógica do mercado à lógica da Microsoft".

Confirmado está mais um forte lineup de exclusivos. E se forem todos como Forza Horizon 3, Gears of War 4 e Dead Rising 4, cujo lançamento se avizinha para a próxima terça-feira, a empresa bem pode sentar e descansar. Destes, a Microsoft destaca Gears of War: "teve uma recetividade muito boa que se traduziu em números muito bons", não só pela qualidade do jogo, mas porque o crossplay e o play anywhere também o permitiram.

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Apesar de parecer discreta, a Xbox está presente e atenta. Para além das consolas e dos jogos que leva até às mãos dos jogadores portugueses (e daqueles que ainda quer levar), a tecnológica está lado a lado com as comunidades de criadores portugueses. Pizza Nights e meetups têm acontecido com alguma frequência e a Microsoft tem constatado o potencial e a "vontade de fazer acontecer que existe" em território nacional onde espera conseguir continuar a fazer valer o que tem de melhor: "um lineup de jogos muito forte, uma consola mais bonita, mais poderosa, mais barata, mais pequena, com streaming em 4K, leitor Blu-Ray em 4K, streaming e gaming em HDR, crossplay e play anywhere".