
Quando os recursos são limitados a criatividade das pessoas fala mais alto. E isso é o que parece estar a acontecer em Angola. Uma reportagem da publicação Motherboard fala em esquemas de pirataria de conteúdos que estão suportados em serviços gratuitos de Internet.
Mais propriamente o Facebook Free Basics e a Wikipedia Zero. São dois serviços gratuitos aos quais os angolanos podem aceder sem pagar - os custos são suportados entre operadores de telecomunicações e as tecnológicas que disponibilizam os serviços.
Editores da Wikipédia têm-se queixado de artigos que existem em páginas portuguesas e não só, e que contêm conteúdos protegidos por direitos de autor. São músicas, filmes, séries, desenhos animados e até videojogos prontos a descarregar.
Os links para os conteúdos são depois partilhados em grupos privados no Facebook. Conclusão? Tanto a fonte para os ficheiros, como o seu local de alojamento, estão em serviços de Internet que podem ser acedidos de forma gratuita.
O caso tem no entanto colocado a Wikimedia Foudation numa posição delicada: não pode deixar conteúdos piratas nos seus serviços e tem recebido queixas de alguns editores que dizem estar fartos de remover manualmente os conteúdos piratas.
À Motherboard uma responsável pelo programa Wikipedia Zero admitiu que a organização está a par do problema desde o verão do ano passado. Descartou ainda a hipótese de bloquear utilizadores, havendo preferência por soluções “técnicas”.
Mas é aí que a publicação fala no conceito de ‘colonialismo digital’, referindo o problema ético que parece existir nestas iniciativas gratuita: estão a impedir ao mesmo tempo uma maior e mais rápida partilha de informação e cultura que de outra forma, muito provavelmente, não chegaria aos internautas desfavorecidos.
“Quando os utilizadores são confrontados com a escolha de acesso parcial a serviços de Internet e não a toda a Internet, eles podem encontrar caminhos para usar essa Innternet parcial de forma criativa que pode afetar negativamente a entidade que a disponibiliza”, comentou um membro da Acess Now, John Levy.
Mas o caso não é único: Cuba tem usado pens USB para a partilha de conteúdos e no Paraguai um utilizador encontrou uma falha no serviço Facebook Free Basics que permitia aceder a toda a restante Internet. É caso para dizer que 'a necessidade aguça o engenho'.
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