A 18 de março, a nave Soyuz MS-21 chegou à Estação Espacial Internacional (ISS na sigla em inglês), trazendo consigo os cosmonautas Denis Mateev, Oleg Artemyev e Sergey Korsakov. Apesar das tensões que se vivem na Terra devido à guerra entre Rússia e Ucrânia, os cosmonautas foram bem recebidos pelos tripulantes da ISS.
No entanto, um pormenor captou a atenção do público que acompanhava a transmissão ao vivo da chegada: os cosmonautas vestiam fatos amarelos e azuis. A combinação de cores levou muitos a crer que a escolha foi propositada, afirmando-se como uma forma de demonstrar o seu apoio à Ucrânia.
Quando questionado sobre os fatos usados, durante a transmissão ao vivo que acompanhou a chegada dos novos tripulantes à ISS, Oleg Artemyev afirmou que tinha sido a vez dos cosmonautas escolherem uma cor, afirmando num tom mais de brincadeira que havia muito tecido amarelo que precisava de ser usado.
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O que representavam então as cores nos fatos dos cosmonautas? Através do seu canal no Telegram, a agência espacial russa (Roscosmos) veio a público esclarecer que o design dos fatos já tinha sido planeado “muito antes dos eventos atuais”.
Segundo a agência, as cores usadas são as mesmas do brasão da Universidade Estatal Técnica Bauman, de Moscovo, numa homenagem à instituição de ensino superior frequentada pelos cosmonautas. Também Dmitry Rogozin, diretor da Roscosmos, afirmou no Twitter que “por vezes, amarelo é apenas amarelo” e que a agência não iria impedir os cosmonautas que usarem as cores da sua “alma mater”.
Numa outra publicação no Telegram, a Roscosmos partilhou uma fotografia de Oleg Artemyev, no seu primeiro voo espacial em 2014, a usar um fato com as mesmas cores. Note que, em 2015, o cosmonauta tinha publicado no seu blog uma fotografia onde usava um fato semelhante, numa publicação relativa à comemoração dos 60 anos do cosmódromo de Baikonur.
De acordo com a NASA, os três cosmonautas vão passar os próximos seis meses e meio na ISS. Já a 30 de março, a nave Soyuz MS-21 vai voltar à Terra, trazendo consigo os cosmonautas Pyotr Dubrov e Anton Shkaplerov, assim como o astronauta norte-americano Mark Vande Hei, que vai passar a deter o recorde de maior número de dias passados na ISS.
Ao todo, Hei terá passado 355 dias no espaço, batendo o anterior recorde de permanência no laboratório espacial por um astronauta da NASA. Anteriormente, esse título era de Scott Kelly, que lá passou 340 dias.
Recorde-se que, recentemente, Dmitri Rogozin afirmou que o funcionamento das naves russas que abastecem a ISS vai sofrer com as sanções, afetando por isso o segmento russo da estação, responsável pela correção da órbita da estrutura. Em consequência, isso poderá levar à queda da ISS salientou, exigindo que as sanções impostas fossem levantadas.
A ameaça não é nova e tem sido expressa várias vezes desde o início da guerra entre a Rússia e a Ucrânia, em especial após as primeiras sanções impostas ao país.
A destruição da ISS está marcada para janeiro de 2031, prolongando por mais 10 anos a missão face ao que estava previsto, e os destroços vão cair no Oceano Pacífico. Já no início de março, a NASA indicou estar a trabalhar em soluções para manter a ISS em órbita sem a ajuda da Rússia.
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