A Administração do Ciberespaço disse que a iniciativa visa criar um ambiente digital "claro e ordenado", através da "identificação e correção de comportamentos irregulares" em plataformas de vídeo como o Douyin, a versão chinesa da aplicação internacional TikTok, que está bloqueada na China.

A campanha centrar-se-á em tendências como a criação deliberada de conteúdos falsos, tais como a "encenação de situações lamentáveis", a falsificação de identidade ou a "invenção de histórias melodramáticas com fins lucrativos", por vezes sob o pretexto de ajudar grupos vulneráveis ou de aliviar a pobreza, noticiou o jornal local The Paper.

As autoridades instaram as plataformas a realizar inspeções minuciosas e a tomar medidas de controlo também contra a divulgação de informações falsas através de técnicas como a edição manipulada, a apresentação distorcida de factos ou a utilização indevida de ferramentas de inteligência artificial.

Será igualmente controlado o conteúdo que viole as regras de decência pública, como o assédio verbal ou físico em espaços públicos, bem como os vídeos que contenham insinuações sexuais ou mostrem roupas provocantes, que procurem "induzir interações de natureza vulgar", apontou o regulador.

As autoridades vão concentrar-se nas práticas que visam atrair visualizações de forma considerada "inadequada", especialmente as que visam grupos vulneráveis. Entre essas práticas, o regulador citou os títulos demasiado sensacionalistas e a publicação de avaliações fictícias de produtos ou serviços.

As aplicações de vídeos curtos na China, incluindo o Douyin e o Kuaishou, têm cerca de mil milhões de utilizadores, de acordo com o Centro de Informação sobre Internet e Redes do país.

Nos últimos anos, os reguladores lançaram várias campanhas contra comportamentos como ostentação de riqueza, "informações falsas", "conteúdos inadequados" e "valores errados" nessas plataformas, levando ao encerramento de milhares de contas.

A China é o país com mais utilizadores de Internet no mundo, mas ao mesmo tempo um dos países com maior controlo sobre conteúdos. Serviços populares no resto do mundo como o Google, Facebook, Twitter e YouTube estão bloqueados no país há vários anos.