As fraudes continuam a ser um grave problema para os serviços financeiros. De acordo com dados recentes, nos últimos sete anos, as fraudes em pagamentos online registaram um aumento de 137%. A tecnologia pode ser uma útil aliada da deteção e prevenção desta ameaça e, num painel dedicado à temática, especialistas da IBM, assim como da Santander Espanha e Omedia, explicam como.
De acordo com estimativas da IBM, o custo médio das violações de dados resultantes de fraudes no setor dos serviços financeiros ronda os seis milhões de dólares. Por outro lado, citando dados da Omedia, a analista Ouliana Smith detalha que se espera que os gastos em gestão de fraudes atinjam a marca dos quatro mil milhões de dólares a nível internacional até ao final de 2022, num aumento de 5% face ao ano anterior.
“Em muitos casos, as fraudes não são tanto uma ameaça informática, mas sim uma humana”, afirma Carles Sole, Chief Information Security Officer (CISO) da Santander Espanha, realçando o papel dos ataques de phishing para a concretização das mesmas.
A par das fraudes, a ameaça do phishing também cresceu significativamente ao longo dos últimos anos, em grande parte, devido a fatores como a crescente digitalização da sociedade, falta de competências digitais, mas também pelo facto de os cibercriminosos terem cada vez mais acesso a informação sobre as vítimas como consequência das múltiplas fugas de informação sofridas por empresas, aponta o responsável.
No setor financeiro em específico, Prakash Pattini, diretor-geral de Serviços Financeiros da IBM, realça que, hoje, além do surgimento de novas soluções bancárias, as grandes instituições estão a colaborar com as fintechs.
Embora seja uma situação que traz alguns benefícios para ambas as partes, também pode abrir a porta à atuação dos cibercriminosos caso não sejam tomadas medidas adequadas para lidar com os atuais desafios do setor e que, segundo o responsável, se prendem maioritariamente com a crescente adoção de tecnologia, grandes volumes de dados e com o nível de sofisticação das próprias fraudes.
Em linha com Prakash Pattini, Haris Pozidiz, gestor de Sistemas de Dados e IA da IBM, acrescenta que, no que toca à deteção de fraudes, os serviços bancários têm também de estar sempre “um passo à frente” dos criminosos, estando preparados para responder a ataques em tempo real e é neste contexto que a tecnologia pode ajudar .
Este ano, a IBM apresentou um sistema, chamado z16, que promete acelerar o combate à fraude nos serviços financeiros. De acordo com a tecnológica, o sistema combina o processador IBM Telum com Inteligência Artificial, para um maior desempenho e segurança no processamento de grandes volumes de transações.
Segundo a IBM, o sistema z16 consegue processar 300 mil milhões de inferências por dia com uma latência de apenas um milissegundo, tendo sido desenhado para ajudar a proteger diferentes tipos de transações, evitando também ameaças que possam quebrar as atuais tecnologias de encriptação, motivo pelo qual é descrito como o primeiro sistema quantum-safe no mercado.
Para lá do z16, a Inteligência Artificial poderá trazer ainda mais possibilidades na área da prevenção e deteção de fraudes. Como explica Carles Sole, no futuro, a tecnologia pode ser útil na deteção de anomalias dos processos bancários, por exemplo, para perceber se a forma como as pessoas agem numa chamada telefónica é suspeita ou até se estão a ser usadas deepfakes.
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