A Comissão Das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável da Banda Larga defende a necessidade de mecanismos de financiamento inovadores, parcerias de impacto, decisões ousadas e abordagens holísticas para alargar o acesso e a capacidade de usar serviços de banda larga, em todo o mundo.
Os mais de 50 delegados presentes na reunião de Primavera do organismo da ONU para a promoção da banda larga e da digitalização da economia, voltaram a sublinhar que a conectividade universal é crítica para uma sociedade mais igualitária e a ideia esteve no centro da intervenção do co-presidente da Comissão Carlos Slim.
“Temos quase metade da população mundial sem acesso a conectividade adequada. Sabemos o que fazer e como devemos fazê-lo. Os operadores, incumbentes e novos entrantes, devem financiar o desenvolvimento de redes de fibra e wireless. Os governos e os reguladores devem promover o desenvolvimento desta conectividade, com um plano que chegue a todos e a todo o lado”.
Neste universo, a educação mantém-se uma das áreas que mais preocupa as Nações Unidas, no que se refere ao impacto das desigualdades em termos de acesso e competências digitais, sublinhando-se que entre os 1,5 mil milhões de alunos que ficaram privados de ir à escola no pico da pandemia, durante o ano passado, 46% viviam em casas sem acesso à internet.
A pandemia impôs um atraso aos progressos já realizados para alcançar as 17 metas globais fixadas pela organização. Defende-se agora que é preciso recuperar este atraso, começando a desenhar um futuro digital mais inclusivo para o pós-pandemia, recorrendo a estratégias novas, para resolver problemas antigos.
A ONU recorda que a passagem do trabalho e da escola para ambientes online, durante a pandemia, veio tornar ainda mais evidentes as diferenças entre quem tem e quem não tem acesso a meios digitais e escancarar diferentes formas de desigualdades sociais, a este nível. Acesso à internet, capacidade para pagar os serviços que estão disponíveis ou para ter competências digitais para os usar, por exemplo, mas também evidenciou o impacto negativo da falta de conteúdos em língua local, sobretudo nos países mais pobres.
O acesso e as competências evidenciam-se assim, uma vez mais, como as áreas de ação mais importantes para universalizar e nivelar a oportunidade de tirar partido de ferramentas digitais, por quem trabalha, estuda ou faz negócios. Vai para aí o apelo e o compromisso dos líderes que participaram nesta reunião de primavera.
Na reunião, que juntou líderes políticos, empresas, academia, ONG e sociedade civil, foi ainda proposta a criação de um novo grupo de trabalho para a saúde digital, saúde virtual e cuidados de saúde.
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