Um sismo de magnitude de 7,7 atingiu Myanmar e o sudeste asiático. Na Tailândia, que foi afetada por um sismo minutos após o terramoto que se fez sentir na antiga Birmânia, imagens, vídeos e publicações nas redes sociais começaram a circular rapidamente. No entanto, em Myanmar, os bloqueios à Internet e a censura online estão a limitar o acesso à informação.

Recorde-se que, em 2021, o país voltou a ser liderado por militares, com a Internet a ser também uma das “armas” do golpe de estado. Nos últimos anos, os militares aos comandos de Myanmar têm limitado o acesso à Internet e às redes sociais no país.

Como avança o jornal The New York Times, após o terramoto em Myanmar, até os sites governamentais foram afetados e várias páginas oficiais controladas pela junta militar estavam inacessíveis.

Apesar dos bloqueios à Internet, algumas zonas do país conseguem ter melhor conectividade do que outras. Em algumas zonas, os grupos de rebeldes que lutam contra os militares no poder usam serviços de Internet por satélite, como os da Starlink, conta Joe Freeman, investigador da Amnistia Internacional em Myanmar, ao jornal norte-americano.

O investigador realça que os bloqueios à Internet e a censura online estão a ter impacto no acesso à informação acerca da verdadeira dimensão do desastre no país.

Comparemos a cobertura do terramoto na Tailândia, onde os abalos e os danos foram reportados, publicados e documentados extensivamente, àquela de Myanmar, onde ainda não temos uma ideia clara dos danos e perdas e provavelmente não teremos durante algum tempo”, afirma Joe Freeman.

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De acordo com dados oficiais, o forte sismo em Myanmar foi registado pelas 13h00 locais (06h30 em Lisboa). O sismo foi registado a uma profundidade de 10 quilómetros, com o epicentro a localizar-se a 17 quilómetros da cidade de Mandalay.

Cerca de 12 minutos depois, um segundo sismo foi registado na Tailândia, avançaram o Serviço Geológico dos Estados Unidos e o Centro de Geociências GFZ da Alemanha.

A Junta Militar no poder em Myanmar declarou o estado de emergência em seis zonas do país devido aos danos causados pelo terramoto. O Governo da Tailândia decretou também o estado de emergência na capital do país.

Segundo um balanço provisório divulgado pelo chefe da junta militar birmanesa, citado pela Agência Lusa, o sismo causou pelo menos 144 mortos e 732 feridos no país.

Pelo menos três pessoas morreram no colapso de um edifício de trinta andares em construção em Banguecoque e, de acordo com informação avançada pelo governo tailandês, haveriam 81 pessoas presas nos escombros.