Apesar de todo o seu potencial, o ChatGPT também levanta preocupações e, na Itália, a autoridade responsável pela proteção de dados (GPDP) ordenou a proibição temporária do popular chatbot no país, avançando com uma investigação à OpenAI. 

De acordo com a autoridade italiana, o chatbot continuará bloqueado no país enquanto a forma como OpenAI recolhe informação pessoal está a ser analisada. A GPDP defende que as práticas da OpenAI violam o Regulamento Geral de Proteção de Dados (RGPD), indicando que a empresa não disponibiliza informação suficiente aos utilizadores sobre a forma como recolhe dados.

Para a entidade não existem fundamentos legais que justifiquem a recolha e armazenamento dos dados pessoais que a empresa utiliza para treinar o modelo de inteligência artificial que está na base do chatbot. Além disso, e tendo em conta que o chatbot nem sempre gera informação correta, a GPDP acredita que tal pode levar a abusos no que respeita ao uso de informação pessoal.

Outra das questões visadas pela autoridade prende-se com a falta de medidas concebidas para impedir que crianças com menos de 13 anos usem o chatbot, o que as pode expor a conteúdo que não é apropriado para a sua idade.

A OpenAI tem agora 20 dias para notificar a autoridade italiana acerca das medidas que pretende tomar, caso contrário, arrisca-se a uma multa de até 20 milhões de euros ou o equivalente a 4% das suas receitas anuais.

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A decisão surge após um bug no ChatGPT ter provocado uma fuga de informação de conversas que vários utilizadores tiveram com o chatbot. A OpenAI reconheceu o problema e corrigiu-o, no entanto, algumas pessoas aproveitaram a situação para publicar imagens com conversas de outros utilizadores nas redes sociais. Além de informação sobre as conversas, a fuga terá exposto também informação de pagamento de alguns utilizadores da versão Plus do chatbot.

Recorde-se que, ainda esta semana, uma carta aberta, que reuniu mais de mil assinaturas, incluindo de figuras como Elon Musk ou Steve Wozniak, pede aos laboratórios especializados no desenvolvimento de inteligência artificial que parem, por pelo menos seis meses, qualquer treino de sistemas que sejam mais poderosos do que o GPT-4.

Nota de redação: A notícia foi atualizada com mais informação. (Última atualização: 17h22)