NotPetya, Wannacry e, mais recentemente, o escândalo Cambridge Analytica/Facebook são algumas das muitas faces de um grande problema no ciberespaço que tem vindo a fazer tremer muitos utilizadores e empresas, bem como levantado a questão do que é preciso fazer para melhorar a segurança online.

Embora os portugueses não sejam nem mais nem menos atacados do que a média mundial, João Barreto, da empresa de cibersegurança S21sec, explicou que as “empresas nacionais não estão a conseguir dar uma resposta à mesma velocidade com que estão a ser atacadas”.

Portugueses investem pouco em cibersegurança. E por isso ficam mais vulneráveis a ataques
Portugueses investem pouco em cibersegurança. E por isso ficam mais vulneráveis a ataques
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Durante o painel Cibersegurança: uma prioridade urgente para os negócios, que decorreu no palco Tech Talks do Portugal Digital Summit, a conferência anual da ACEPI, o especialista esclareceu que as organizações devem investir em cibersegurança se quiserem garantir a sua sobrevivência. “A cibersegurança não é um custo nem é um seguro”, rematou.

Com um impacto global que se situa entre os 375 e os 575 mil milhões de dólares, o cibercrime tem na sua génese um grande espectro de motivações e encontra na conectividade digital um excelente meio de difusão das ameaças que se propagam por detrás de um falso sentido de anonimato.

O investimento em segurança online também foi a medida defendida por Lino Santos, do Centro Nacional de Cibersegurança, para que as empresas consigam travar as ameaças cibernéticas.

“Precisamos que as organizações introduzam a cibersegurança dentro do seu modelo de negócios”, apontou o responsável que referiu também ser necessária “mais regulação, mais recursos técnicos  e mais pessoas, bem como uma maior sensibilização” para os riscos existentes e que podem surgir.

Uma melhor cooperação internacional e a adoção de uma estratégia de gestão de risco aliadas a uma melhor coordenação interna,  em que a responsabilidade é partilhada entre a esfera pública e a esfera privada, também são alicerces fundamentais para a gestão das ciberameaças.

Dessa forma, Lino Santos revelou que a estratégia portuguesa passa pela divulgação de um quadro nacional de referência para cibersegurança, em fevereiro do próximo ano. De adoção voluntária, será direcionado para as empresas e para a orientação das mesmas em matéria de cibersegurança.

E como podem os utilizadores ter a certeza de que estão seguros online? Quanto a isso, Victor Ruivo, CEO da Marketware, deixou uma certeza: não há segurança a 100%. Mas há elementos que nos podem ajudar a ter mais confiança nos sites em que navegamos, como aquele “cadeado que surge ao lado dos endereços eletrónicos e que toda a gente reconhece”, rematou.