Em resposta à invasão russa à Ucrânia, gigantes tecnológicas como a Meta, casa-mãe do Facebook, YouTube e Twitter estão a tomar um conjunto de medidas para impedir que meios associados ao governo russo monetizem os seus conteúdos, assim como para garantir a segurança dos utilizadores.
Ainda na semana passada, foram impostas restrições no Facebook à agência estatal RIA Novosti, ao canal de televisão estatal Zvezda e aos websites pró-Kremlin lenta.ru e gazeta.ru. Em resposta, o regulador russo das comunicações, Rozkomnadzor, acabou por anunciar uma restrição parcial à rede-social.
Mais tarde, Nathaniel Gleicher, responsável pelas políticas de segurança da Meta, deu a conhecer que a empresa liderada por Mark Zuckerberg passou a proibir meios de comunicação estatais russos de poderem ter anúncios e de poderem monetizar os seus conteúdos no Facebook, isto em todos os países onde a plataforma está disponível.
Também David Agranovich, diretor do centro de inteligência contra ameaças da Meta, indicou que a empresa encerrou as contas falsas e bloqueou a partilha de endereços de Internet com ligação a websites que difundem informações falsas, avança a Lusa.
Segundo a Meta, que refere que bloqueou um vasto número de contas falsas associadas ao Estado russo, há grupos que se fazem passar por meios noticiosos independentes, gerindo websites e criando perfis falsos em múltiplas redes sociais, incluindo Facebook, Instagram, Twitter, YouTube, Telegram, mas também nas plataformas russas Odnoklassniki e VK.
O YouTube impediu os canais da RT, a rede televisiva estatal, assim como como de outros meios russos de correrem anúncios. Os canais em questão estão a ser “escondidos” das recomendações e bloqueados na Ucrânia a pedido do governo do país. Em declarações à imprensa internacional, um porta-voz do YouTube indica que, neste contexto, a empresa está a tomar medidas para remover centenas de vídeos que violam as suas políticas contra práticas enganadoras.
Na Europa, a Google indicou que as suas equipas especializadas continuam a trabalhar para detetar companhas de desinformação, hacking, assim como abusos financeiramente motivados.
O Twitter indica que colocou temporariamente em pausa todos os anúncios na Rússia e Ucrânia para “garantir que a informação crítica sobre segurança pública” não fica perca a sua visibilidade.
Para lá de restrições nos anúncios, a Meta anunciou que tem agora um novo centro de operações especiais para responder à crise na Ucrânia em tempo real. A medidas de segurança mais reforçadas também chegaram ao Instagram
Anteriormente, o Facebook e o Twitter começaram a incentivar os utilizadores que vivem na Ucrânia a reforçarem a segurança das suas contas, disponibilizando informação sobre como proceder caso sejam hackeados ou sobre como fechar preventivamente uma conta.
O objetivo é ajudar a protege-las de possíveis manipulações vindas de atacantes russos, evitando que sejam usadas para disseminar desinformação acerca do conflito em curso.
Já na China, as redes sociais chinesas Weibo e Douyin terão eliminado, respetivamente, 1.400 e 6.400 publicações com "conteúdo ofensivo" sobre o conflito na Ucrânia.
O Weibo visou 262 utilizadores com punições que vão desde uma suspensão de sete dias até à eliminação permanente da conta. O serviço irá "investigar e lidar" com "mensagens inapropriadas e hostis" que "promovem o ódio e se opõem à igualdade de género", de acordo com uma declaração oficial divulgada este fim de semana. A rede social também explicou que as mensagens que "glorificam e encorajam" a guerra são "uma violação" das regras de utilização.
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