Face às recentes ameaças que pairam sobre o Capitólio, o partido democrata americano sugeriu esta semana a criação de um "congresso virtual". Segundo a opinião dos democratas, veiculada através da sua newsletter online, a reunião do congresso efectuada a partir da Web garantiria a participação dos seus membros de onde quer que estivessem. Isto porque o medo da contaminação por Anthrax acabou por encerrar a Câmara dos Representantes por cinco dias e os escritórios dos congressistas americanos por muito mais tempo.



O conselho de direcção do partido democrata propôs a criação de um "congresso electrónico" no qual cada membro eleito possa ouvir, debater e conduzir os seus votos online. De acordo com aquele grupo parlamentar, um congresso deste género permitiria uma subdivisão legislativa do governo para continuar a operar em caso de emergência.



A possibilidade de ocorrência de uma acção terrorista ou um acto de guerra que impeça o congresso de se agrupar é real. Ainda há pouco tempo o Presidente Bush questionou os legisladores acerca da possibilidade de garantir um período de trinta dias de "autoridade suspensa" para que as agências governamentais possam funcionar temporariamente em situações de emergência. Esta situação de excepção legislativa verifica-se porque os orçamentos para o ano 2002 ainda não foram aprovados, apesar do ano fiscal se ter iniciado a 1 de Outubro, por isso o congresso americano já prolongou os fundos temporários até 31 de Outubro de 2001.



Os democratas acreditam que existiria uma série de vantagens na realização de um congresso electrónico, pois numa situação de emergência nacional em que o Capitólio estivesse em perigo, ou se fosse efectivamente atacado, os seus membros poderiam ligar-se à sua página Web e conduzir as acções legislativas, de onde quer que estivessem.



O site do futuro congresso electrónico poderá dar acesso ao público, enquanto os membros eleitos podem usar identificação biométrica como impressão digital do polegar ou scanner da íris para entrar naquele espaço.



James Snider, um especialista em política da New America Foundation, que estuda o assunto para aquela associação, garante que "o problema real está na persuasão dos membros do Congresso para que mudem a forma de encarar os assuntos parlamentares, aprendam a debater, rever legislação e contar votos na Internet".

"Muitas pessoas temem que os membros e os congressistas votem sem ir ao Senado e deixem de se encontrar e discutir matérias face-a-face", salienta James Snider. No entanto, os recentes ataques de Anthrax podem levar os legisladores a olharem para criação legislativa e para a política electrónica, de outra maneira.

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