O Departamento de Justiça americano (DoJ) está a exigir o acesso a um conjunto de ficheiros internos de dezenas de empresas de tecnologia e ISPs, numa acção idêntica à que recentemente envolveu a Google, a Yahoo ou o MSN. O pedido visa, mais uma vez, chegar a dados que permitam padronizar hábitos dos consumidores e melhorar os mecanismos de protecção de menores no seu acesso à Internet.



De acordo com informações veiculadas pela InformationWeek, foram contactadas pelo menos 34 empresas incluindo nomes como a Comcast, a Earthlink, a Verizon ou a Symantec. Algumas das empresas visadas recusaram-se a entregar a informação e, tal como aconteceu com o Google, vão ser chamadas a tribunal para justificar a sua recusa.



O pedido do Departamento de Justiça americano tem novamente como objectivo reunir elementos para actualizar o polémico Child Online Protection Act de 1998, que foi já duas vezes considerado pelo Supremo Tribunal de Justiça como uma violação da Primeira Emenda.



Para os críticos, mais do que isso, esta legislação que visa criminalizar os produtores de material de Internet potencialmente perigoso é considerada um risco para a liberdade de expressão, pela forma como define "material potencialmente perigoso".



Recorde-se que o Google se recusou a fornecer informação sobre as pesquisas efectuadas no seu motor de busca, conforme solicitado pela Justiça, acabando por ver a sua decisão validada em tribunal recentemente.



A empresa alegou que, ao disponibilizar aquele tipo de informação, estava a tornar acessíveis dados confidenciais de carácter comercial, o que a poderia prejudicar face à sua concorrência.



Os novos pedidos foram efectuados há já algum tempo, mas só agora a informação se tornou pública com o acesso da InformationWeek ao requerimento que lhe deu origem.



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