Os riscos associados à vida digital podem ser prejudiciais para o desenvolvimento físico e emocional dos jovens, defende a ENISA que acaba de publicar um relatório onde trata temas como o cyberbullying, o aliciamento online ou o desvio de dados, para deixar um conjunto de recomendações a pais, professores, Estado e sociedade civil .

O relatório identifica 13 riscos emergentes no relacionamento dos jovens com a Internet, sendo os principais a "perda de saúde física e mental, a exposição irreversível de informação pessoal, descriminação baseada no comportamento online e o roubo de dados".

Em resposta aos problemas identificados, o grupo de trabalho da ENISA faz 18 recomendações. Uma das medidas fundamentais passa por reforçar o poder das autoridades nos Estados-membros. "Conhecimento adicional e recursos são importantes (...) para tratar adequadamente questões regulatórias, situações de recolha inapropriada de dados ou detetar casos de violação de privacidade", salienta-se no documento.

A Sociedade Civil, por seu turno, necessita de acesso a fontes de informação relacionadas com a utilização da Internet e dos serviços online. Além disso, devem lançar-se campanhas nas redes sociais, para prevenir o aliciamento (grooming) e o cyberbullying.

Os pais e restantes educadores precisam, segundo a ENISA, de melhorar as suas "capacidades tecnológicas", de modo a superar o vazio de conhecimento registado entre adultos e adolescentes, refere o relatório.

Para os adolescentes, o conjunto de recomendações inclui a adoção de medidas de segurança específicas e a adaptação das existentes às suas ciberatividades, bem como a avaliação do impacto sobre a privacidade das aplicações de processamento de dados.

Apela-se igualmente ao desenvolvimento de mecanismos que permitam a desativação de todos os componentes online activos, assim como de mecanismos de controlo orientados à idade.

“Os nossos adolescentes correm o risco de se tornarem vítimas de aliciamento e cyberbullying; é por isso necessário agir para os proteger", justifica Udo Helmbrecht, diretor executivo da ENISA, numa altura em que os dispositivos digitais e a Internet representam um papel cada vez mais importante na vida dos jovens, acrescenta-se no documento.

Escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico